Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Arqueóloga apela à cooperação para continuidade das escavações

Quinze anos depois das primeiras escavações e quase uma década depois das primeiras intenções de criar no Crasto de Palheiros um Centro Interpretativo, o complexo arqueológico murcense foi inaugurado e mereceu honras de Governo, com a presença do Ministro da Cultura. Mas, a redescoberta do passado não acaba aqui, havendo ainda muita história para escavar.

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“Os estudos têm que continuar”, defendeu Maria de Jesus Sanches, a arqueóloga que nos últimos anos esteve à frente das escavações do Crasto de Palheiros, e que, no dia dois, durante a inauguração do Centro Interpretativo do monumento milenar, pediu para que fosse, “de uma vez por todas, estabelecido um protocolo entre a autarquia e a Universidade do Porto”.

Pese embora os últimos 15 anos de sucessivas campanhas de escavação arqueológicas, e as valiosas descobertas que foram surgindo, segundo a investigadora, “somente uma pequena parte” da Fragada do Crasto está estudada. O objectivo é fazer agora do Crasto de Palheiros “uma escola”, não só para estudantes de arqueologia, mas também para a população em geral, a quem poderia ser dada a oportunidade de, não só visitar o monumento, mas também de participar num dia, ou mesmo numa semana de escavações.

A cerimónia de inauguração do Centro Interpretativo do Crasto foi presidida pelo ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, que deixou uma homenagem especial a todos aqueles que “contribuíram para” aquela obra, desde os que projectaram um centro que não choca com o espaço envolvente, pelo contrário “permiti-nos ver melhor” o monumento, mas sobretudo a todos que levaram a cabo as investigações arqueológicas. “Trata-se de uma obra culturalmente muito importante porque permite preservar património e memória, o que é indispensável para que consigamos construir a nossa identidade”, considerou o ministro.

Pinto Ribeiro sublinhou ainda a importância do Crasto do ponto de vida arqueológico e, corroborou com a ideia de que ainda “há muito trabalho a ser feito”, sublinhando a necessidade de envolver as populações no processo.

Depois de recordar também o trabalho de dezenas de jovens investigadores, estudantes de arqueologia portugueses e estrangeiros e das gentes da freguesia de Palheiros e das aldeias vizinhas, que “durante as várias escavações animaram o Crasto”, João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, mostrou-se satisfeito com o facto daquele espaço representar agora “um ponto de referência turístico, cultural e arqueológico a nível nacional, ibérico e mesmo mundial”.

“Articulado com o Centro Interpretativo há todo um percurso sinalizado e informativo ao longo da estação arqueológica que oferece ao visitante uma incursão na Pré e Proto-história da região, bem como na deslumbrante paisagem natural na qual o Crasto se assume como um imponente monumento”, sendo ainda de realçar que os acessos até ao local foram todos recuperados, uma obra que, no total custou 920 mil euros (dos quais 610 mil foram investidos no edifício principal).

O Crasto é um enorme monumento “que segue de perto o engenho, a persistência e a força de viver em comunidades sem organização estatal, das populações que aqui nos precederam entre o ano de 3000 a.C. e o início do séc. II d.C.”.

 

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