José Martins, associado da Adega de Vila Real, avançou para tribunal para anular a decisão tomada pela direção da Adega de Vila Real de aderir à Federação Renovação do Douro, uma das associações candidatas à sucessão da Casa do Douro.
O viticultor refere que na assembleia geral realizada a 28 de dezembro, o presidente da direção, Jaime Borges, afirmou que “só os três elementos da direção é que estão inscritos na associação Federação Renovação do Douro”. Aliás, o presidente Jaime Borges reforçou mesmo a ideia que “a adega não estava inscrita”. No entanto, mais tarde verificou-se que a direção da Adega Cooperativa de Via Real, Caves Vale do Corgo, aderiu, em 16 de dezembro, a uma associação denominada “Federação Renovação do Douro”, tendo a respetiva ficha de adesão sido assinada pelos atuais três diretores da direção e autenticada pelo carimbo em uso”.
José Martins sublinha que aquela decisão da adega cooperativa só poderia ser tomada numa assembleia-geral, “o que não aconteceu, com a conivência da Mesa da assembleia-geral”. Portanto, houve uma “violação à lei e aos estatutos associativos” e pretende, por isso, que sejam “suspensos todos os seus efeitos e todos os atos praticados em resultado daquela mesma decisão”.
No documento que envia ao tribunal, José Martins expressa ainda que a direção da adega “vinculou indevidamente à Federação Renovação Douro a adesão dos seus 1.582 associados e de uma área de vinha representativa de 1.469, 76 hectares”, em que os associados “não foram ouvidos nem lhes foi dada a oportunidade de se pronunciarem sobre este o assunto”.
Em declarações à Lusa, fonte ligada à Adega Cooperativa de Vila Real disse que vai ser feita oposição à providência cautelar, pois esta “não tem qualquer substância e que a adesão à Federação é legal”.