Agora, é tempo de fazer um balanço de uma época que não correu bem. Tudo começou por se precipitar logo na preparação da equipa para a temporada 2009/2010, onde houve um grande impasse sobre o futuro do próprio emblema alvi-negro. Acabou por aparecer um grupo de pessoas que se empenharam em ajudar o clube a voltar aos nacionais, mas não chega apenas a boa vontade, pois sem apoio dos sócios e da própria cidade, tudo fica bem mais difícil. Amanhã, sexta-feira, haverá assembleia-geral do clube para definir uma estratégia futura, por isso é importante que todos compareçam no Salão da União Artística.
Numa primeira parte de sentido único, num campo de dimensões muito reduzidas, o Vila Real sentiu imensas dificuldades para entrar com perigo na área contrária, mas, mesmo assim, logo no primeiro minuto poderia ter chegado à vantagem, só que o remate de Mico foi afastado pela defensiva local. Ainda na sequência do lance, há um pontapé de canto, a bola é levantada ao segundo poste, onde Castanha falha a emenda. Uma entrada forte dos alvi-negros, mas sem efeitos práticos. Depois deste ímpeto imposto pelos forasteiros, o Atei organizou-se e fechou bem os caminhos para a baliza. O Vila Real optou por remate de longe, onde Shuster esteve perto de marcar, mas a bola saiu a rasar o poste. Foi necessário esperar pelos minutos finais da primeira parte para ver os alvi-negros a criar novamente perigo. A primeira situação saiu dos pés de Peixoto, num pontapé quase perfeito, mas a bola acabou por sair a milímetros da quina da baliza. Mesmo em cima do minuto 45, Leandro aparece em boa posição, faz o remate para uma excelente intervenção de Filipe, que mostrou muita segurança entre os postes. Foi uma primeira parte onde apenas uma equipa tentou chegar ao golo, mas, mais uma vez, o Vila Real falhou no capítulo da finalização.
Na segunda parte, curiosamente foi o Atei a criar a primeira situação de perigo, valeu o corte de Bessa a tirar a bola da cabeça do avançado local. A resposta surgiu dos pés de Shuster que colocou ao segundo poste, onde apareceu, o inconformado, Bessa a rematar, de primeira, mas a bola saiu a rasar o poste, decorria o minuto 57. Um minuto volvido, o Vila Real fica reduzido a dez elementos por expulsão de Mica, que viu o segundo cartão amarelo, depois de uma entrada fora de tempo sobre um adversário. Com menos um, tudo parecia mais complicado para os visitantes, mas estes nunca viraram a cara à luta e vieram para a frente procurar a vitória. Aos 77’, Marina Almeida levanta a bandeirola, assinalando um fora-de-jogo, mas o árbitro Nuno Cabral, bem, deixou prosseguir a jogada, já que o jogador que estava em posição irregular não se fez ao lance, Bessa ganha na linha de fundo, cruza para Leandro dar o toque final e abrir o activo em Atei. A perder, os visitados reagiram bem à desvantagem e já em tempo de compensação vão alcançar a igualdade, num lance em que Ivo saiu da baliza fora de tempo e Fintas aproveitou para fazer um chapéu ao guarda-redes e assim restabelecer a igualdade.
O Vila Real ficou nesta posição por culpa própria, mas agora já nada há a lamentar, resta aprender com os erros cometidos para que não se repitam no futuro.
CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real
“Estamos nesta situação por culpa própria”
O técnico alvi-negro realçou que o Vila Real acabou com uma pequena esperança que havia na subida, mas assume que o Vila Real fixou nesta situação por culpa própria.
“Foi uma tarde triste, não ganhamos e matematicamente deixamos de ter hipótese de chegar ao primeiro lugar. Isto quer dizer que já há um campeão distrital, o Mondinense, a quem quero endereçar os meus parabéns. Nós vamos pensar já no próximo jogo e ganhar na última jornada ao Ribeira de Pena e depois ganhar a Taça. Esta tarde não fomos felizes, também não é fácil jogar neste campo, com dimensões bastante reduzidas, e fomos traídos numa altura em que já não contávamos perder o controlo do jogo, mas o futebol é isto e não há fórmulas milagrosas, são condicionalismos que acontecem. Temos que assumir as nossas responsabilidades perante aquilo que não tivemos capacidade, nem competência de fazer. Há que assumir que estamos nesta situação por culpa própria. Todos os intervenientes que passaram pelo Sport Clube tem a sua quota-parte de responsabilidade e isto deve servir de exemplo para o futuro, para que os erros sejam evitados”.
Carlos Silva, treinador do Atei
“Estivemos bem e merecemos o empate”
No final do encontro, o técnico da casa ficou satisfeito com o resultado e com a exibição da sua equipa, num resultado que considera justo.
“Foi um bom resultado para a minha equipa, perante um adversário muito forte. O Atei fez um bom jogo contra uma grande equipa, como é o Vila Real. Num campo de dimensões reduzidas, o Vila Real sentiu mais dificuldades em praticar o seu futebol. Mas, acho que nós estivemos bem e merecemos o empate”.
Quanto ao balanço da época, o técnico do Atei sublinhou que os objectivos foram cumpridos. “Foi uma época positiva. Até agora, fizemos 34 pontos e ainda podemos fazer mais três. O que o presidente nos pediu foi cumprido, mas ainda não sei se vou continuar à frente do clube na próxima temporada”.
Jogo no Campo do Pombal, em Atei
Árbitro: Nuno Cabral
Auxiliares: Márcio Teixeira e Marina Almeida
ATEI: Filipe, Guima (Óscar, 58’), Ricardo, David, Nuno, Nandinho, Zé Carlos, Fintas, Zé Russo, Brandão (Guicho, 30’), Rómulo.
Suplentes não utilizados: Carvalho, Abílio, Roberto, Pedro e Tiago.
Treinador: Carlos Silva
VILA REAL: Ivo, Bessa, Peixoto (Miguel, 81’), Fredy, Mica, Ernesto, Castanha, Mico (Diogo, 70’), Leandro, Shuster, Miguel Ângelo (Moura, 59’).
Suplentes não utilizados: Pedro, Peixoto, André Teixeira, André Silva e Luís Esteves.
Treinador: Carlos Felisberto
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Leandro (76’) e Fintas (92’).
Cartões amarelos: Fredy (20’), Nuno (28’), Fintas (44’), Mica (52’, 58’), Peixoto (73’), Zé Carlos (74’).
Cartão Vermelho: Mica (58’)