Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2025
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Autarcas levam hoje até Lisboa o “diagnóstico preocupante” da agricultura duriense

A forte crise vivida na agricultura duriense vai estar sobre a mesa na reunião entre os autarcas e Daniel Campelo. À mesma hora em que estarão a ser debatidos os problemas sentidos no Douro, os agricultores transmontanos vão sair à rua, em Mirandela, para reivindicar “medidas que ajudem a minimizar os efeitos da seca e alertar para a desresponsabilização do Estado na problemática da sanidade animal”.

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Um grupo de autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro vai reunir-se hoje com o secretário de Estado da Agricultura, Daniel Campelo, para discutir os principais problemas da lavoura duriense e levar ao Governo um conjunto de ideias que podem ajudar “a promover o desenvolvimento da região”.

“Todas as entidades que operam no Douro fazem parte da solução”, explicou Artur Cascarejo, presidente da CIMDouro que, em conjunto com os autarcas de Peso da Régua, Freixo de Estada a Cinta, São da Pesqueira e Lamego, vão apresentar ao secretário de Estado um documento elaborado na sequência de um conjunto de reuniões com vários organismos, entre os quais, por exemplo, “a Casa do Douro, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, as associações dos exportadores e dos produtores engarrafadores”. “No fundo, falamos com todos aqueles que têm alguma coisa a ver com a agricultura em toda a região”, garantiu.

O presidente da CIMDouro explicou que a missão de auscultar a região partiu do próprio Daniel Campelo, tendo sido para isso constituída uma comissão interna que conta com a direção da Comunidade Intermunicipal e com os representantes das autarquias “que sentem de uma forma mais grave” o problema vivido no setor da agricultura.

“Vamos apresentar aquilo que são um conjunto de ideias para invertermos uma situação de quebra que, desde 2004, se tem vindo a sentir de uma forma absolutamente acentuada”, referiu o responsável, que acumula também a função de presidente da Câmara de Alijó, recordando no entanto que todos estão cientes de que a ideia é começar, porque a inversão da situação do Douro “não vai acontecer de um dia para o outro”.

O importante é “começar a adotar algumas medidas no sentido de garantir que os pequenos e médios agricultores não sejam uma espécie em vias de extinção no Douro”, sublinhou.

Apesar de não avançar com as propostas que serão apresentadas, Artur Cascarejo levantou o véu do documento, adiantando que, tendo em conta “o diagnóstico muito preocupante”, fruto do facto da “região ter vindo a perder valor e volume nas vendas e nos rendimento de cada agricultor”, os autarcas consideram que “se deve atuar a dois níveis, na reorganização do produto em termos internos e na procura de novos mercados”.

 

“Não podemos aceitar que viver no interior seja considerado um luxo”

A confirmação da realização do encontro com o secretário de Estado surgiu no dia cinco, no final da 18ª reunião do Conselho Executivo da CIMDouro durante a qual os autarcas da região debateram e tomaram posições não só sobre a situação da agricultura mas também sobre questões relacionadas com a reorganização nos setores dos Tribunais e da Prestação de Cuidados de Saúde, bem como sobre o futuro Comboio Histórico do Douro.

De uma forma geral, Artur Cascarejo defendeu que “não podemos aceitar que viver no interior seja considerado um luxo”, ou seja, a região deve lutar contra medidas que continuem a dotar a região ao abandono.

“O encerramento dos tribunais é um convite ao abandono do recurso à justiça pelos mais desfavorecidos e ao aumento da criminalidade”, consideraram os autarcas num documento que retratou a sua tomada de posição e que será enviado ao Governo.

Criticando também as recentes extinções de várias extensões de saúde, entre várias constatações, a CIMDouro considera ser necessário “criar sinergias entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde” e lembram que “só uma população saudável pode ser fator de desenvolvimento socioeconómico”.

Quer nos tribunais, quer na saúde, a CIMDouro defende que “em vez de deslocar as populações” deveriam ser repensados os serviços de forma a levar os profissionais da justiça e da saúde às várias localidades, mantendo assim as estruturas em funcionamento.

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