O executivo municipal de Vila Real aprovou, no dia 20, com a abstenção dos vereadores do Partido Social Democrata, o Relatório de Gestão e Contas de 2014, um documento que, segundo o autarca Rui Santos, revela uma redução de 2,75 milhões de euros na dívida do município.
“2014 foi o primeiro ano em que esta equipa de vereação geriu desde o dia 1 de janeiro até ao dia 31 de dezembro e este relatório é, portanto, um espelho da sua real capacidade”, começou por explicar o autarca considerando , “sem falsas modéstias, que se tratou de um bom trabalho”.
Segundo as contas dos socialistas, o atual executivo herdou “uma dívida de quase 21 milhões de euros, somando os mais de 17 milhões do município e os 3,6 milhões de empréstimos existentes na empresa Vila Real Social, que tiveram que ser internalizados para viabilizar essa mesma empresa”. “Esta dívida tinha que ser paga, sob pena de comprometer a capacidade da autarquia em apresentar candidaturas ao quadro comunitário 2014-2020. E foi isso que fizemos”, frisou o mesmo responsável político.
Mais, Rui Santos fez questão de “deixar bem claro” e “afirmar com as letras todas” que em 2014 “não foi contraído um cêntimo de empréstimo, não foi criado um cêntimo de dívida”. Isso sem deixar de “cumprir com os compromissos”, como a conclusão de obras, a redução do valor do IMI e da tarifa da água, sem cortar nos programas sociais e mesmo reforçando-os.
Outros indicadores sublinhados são as taxas de execução, quer na ótica da receita (91 por cento), quer da despesa (92 por cento). Quanto à execução de compromissos, “trata-se de um valor de referência no universo das 308 autarquias do país. Poucos terão feito tão bem ou melhor do que nós”, garantiu.
António Carvalho, vereador do PSD na Câmara, explicou que o Relatório mereceu a abstenção da oposição porque, antes de mais, resulta de um plano com o qual o partido discordou desde o início.
Por outro lado, o social-democrata defende que deveria ter havido uma “maior apoio às famílias”, nomeadamente através de uma maior redução da taxa de IMI, um imposto que no ano passado arrecadou para os cofres do município 5,8 milhões de euros e no ano anterior tinha somado 3,6 milhões.
Acusando os socialistas de “falta de visão” e de “estratégia”, António Carvalho sublinha ainda que o que foi feito até agora resume-se à “execução de obras planeadas pelo anterior executivo”.