A Câmara Municipal de Vila Real vai apresentar à Agência para a Modernização Administrativa, como proposta para a instalação da Loja Cidadão, os claustros do Governo Civil, um espaço com várias salas, muitas delas actualmente desocupadas.
A proposta da autarquia surge na sequência de várias ‘notas negativas’ atribuídas pelo Governo aos espaços que foram surgindo sobre a mesa de conversações, o último dos quais o edifício do Museu de Arqueologia e Numismática, que seria então transferido para o centenário imóvel do Banco de Portugal.
“Alguns querem fazer disto um aproveitamento político que não existe”, lamentou Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, considerando ser o único “com razões para estar incomodado” tendo em conta que, desde de 2005, altura em que encetou o processo de criação da Loja do Cidadão, que espera por uma decisão. “Tudo que apresentamos ou não tem resposta ou não serve”, frisou.
Mais, o autarca sublinha que a criação das Lojas é da responsabilidade do Estado e não do município, apesar de a Câmara ter vindo a fazer tudo para ajudar a sua concretização.
No sentido de dar corpo à proposta que se encontra agora sobre a mesa, Manuel Martins referiu que aconselhou a Associação Comercial e Industrial de Vila Real a agendar uma reunião com o Governador Civil, na qual estará presente, “para, de uma vez por todas, esclarecer este processo”.
Sobre um alegado aproveitamento político da questão, Manuel Martins afirmou que “não vale a pena andar a confundir as pessoas, inventar coisas e contar mentiras ou meias verdades, todo o processo é claro” e está documentado num dossier da autarquia.
Em declarações ao Nosso Jornal, Rui Santos, presidente da Federação Distrital do Partido Socialista, que recentemente acusou a Câmara de apresentar apenas propostas inviáveis para a instalação da Loja do Cidadão, confirmou que as últimas hipóteses avançadas foram reprovadas e que, em breve, deverá deslocar-se a Vila Real um grupo de técnicos para avaliar a nova proposta. “Não percebo como em concelhos muito mais pequenos foi encontrada uma solução e em Vila Real não”, lamentou.
De recordar que há duas semanas foi inaugurada, em Murça, a primeira Loja do Cidadão de segunda geração da região Norte, a 14.ª a entrar em funcionamento a nível nacional, sendo que o plano de expansão da rede prevê, ainda, a abertura de mais 29 Lojas num investimento de cerca de 35 milhões de euros.