"Temos um projeto, pago pelo município de Torre de Moncorvo, que foi entregue ao senhor secretário de Estado da Infraestruturas, com a finalidade de sensibilizar o Governo, para a urgência de se realizarem obras no tabuleiro da ponte da Foz do Sabor e ligações diretas ao Itinerário Complementar 5 (IC5) e Itinerário Principal 2 (IP2)", afirmou Nuno Gonçalves.
As más condições do tabuleiro impossibilitam o trânsito de pesados de passageiros e mercadorias. Esta ponte rodoviária é a "única" via de acesso às várias aldeias situadas nas imediações da Foz do Sabor, no concelho de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança.
"Trata-se de população portuguesa que paga os seus impostos, que vive num território de baixa densidade populacional, e o investimento nesta ponte terá de ser visto não como um custo, mas como uma forma de apoiar as pessoas que de forma resiliente vivem neste território", vincou à Lusa o autarca de social-democrata de Torre de Moncorvo.
Nuno Gonçalves apontou que "a União Europeia (UE) financia o último quilómetro dos acessos às zonas industriais do litoral e não se compromete, com cerca de um milhão de euros, para esta necessidade".
O autarca salientou a importância da construção de um cais para a acostagem de navios de grande porte, por parte da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). O facto da existência de um projeto turístico classificado como de interesse nacional, além da Foz do Sabor ter "uma forte componente turística" e ser a "última aldeia piscatória" em Trás-os-Montes, aumenta a necessidade de alargar a travessia.
"Está-se a construir um cais para navios de grande porte que utilizam a Via Navegável do Douro (VND), mas não se vê que é necessário ter uma ponte onde possam transitar veículos pesados de transporte de passageiros. Neste caso é preciso dar condições aos operadores turísticos para que possam transportar as pessoas de um lado para o outro, terem condições de segurança para o poderem fazer", vincou o responsável.
Nuno Gonçalves reforçou a importância das vias estruturantes para o território do Baixo Sabor, como é caso do IP2 e IC5, para quem entra e sai do concelho de Torre de Moncorvo.
"A entrada e saída no concelho de Torre de Moncorvo, para quem vem do IC5 ou do IP2, está a ser feita de um pequeno aqueduto. O que era necessário era criar, ali, condições de acesso rápidas e fáceis. Tanto mais que há dificuldades em ambos os sentidos, para o trânsito de autocarros, porque chegam a bater no asfalto. O que era transitório, está-se a tornar definitivo", observou o autarca, que é também presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor.
Outra das preocupações acontece em tempo de cheias. A subida das águas dos rios Sabor e Douro deixa a ponte submersa, isolando a freguesia de Cabeça Boa, da qual fazem parte as aldeias da Foz do Sabor, Cabanas de Cima e Cabanas de Baixo.
"Aquando da passagem da tempestade Elsa, em dezembro passado, estas aldeias ficaram isoladas durante três dias", recordou Nuno Gonçalves.