Em comunicado, a Associação dos Viticultores Independentes do Douro refere que os custos de produção “se mantêm altos no Douro” e o “ligeiro aumento do Benefício” para esta campanha “não vem compensar as despesas com o granjeio das vinhas”.
A agremiação duriense pretende que o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e o Ministério da Agricultura criem todas as condições para que seja garantido escoamento, “com melhores preços à Produção”, para as uvas de vinho generoso e para uvas dos vinhos Douro de Mesa. Além disso, a Avidouro quer uma “isenção temporária dos pagamentos das prestações da Segurança Social e o pagamento imediato das ajudas aos agricultores”. Numa altura em que o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) fala no aumento da produção na região do Douro, a rondar os 20 por cento, a associação de viticultores lembra que “se estão a esquecer da seca severa que tem assolado a região”, e que “vai diminuir a quantidade de sumo nos bagos”, fazendo diminuir o peso das uvas.
A associação de viticultores refere ainda que a ministra da Agricultura e o Governo “continuam a destruir a Casa do Douro”, ao querer “ficar com o seu valioso património que é e tem que continuar a ser da Lavoura Duriense”.
O Benefício em 111 mil pipas, fixado pelo “interprofissional” do IVDP, “não chega”, segundo a Avidouro, que reclamou ser necessário “125 mil pipas”, adiantando que a representação da Produção Vitivinícola Duriense foi entregue, pelo Ministério da Agricultura e pelo IVDP, a uma organização que foi feita “a martelo”, a “chamada Federação Renovação Douro”, que “é o instrumento criado pelo Ministério da Agricultura, pelos grandes interesses económicos e pela CAP”, para ficarem “a nossa Casa do Douro e o seu valioso património”.
A Avidouro recorda que o alegado “concurso” para atribuição da Casa do Douro a uma organização privada, “foi consumado debaixo de todas as suspeitas de ter sido viciado, à partida, para entregar a Casa do Douro à tal Federação”, que “nem sequer está devidamente legalizada e apenas terá atestado representar 28 por cento dos vitivinicultores durienses”, acusa a associação de viticultores.