Os azulejos, habitualmente, configuram as naves e as fachadas dos templos religiosos, mas, neste caso, ficam patentes na via pública, para usufruto da sociedade civil, das pessoas que por ali passam.
No primeiro caso, um painel de azulejos foi instalado num fontanário também ele reconvertido junto da ciclovia e da igreja (Fontanário do Carril). Esse painel, por si só, revela expressivamente a história da aldeia transcrita pelo fabrico da telha, pela atividade dos oleiros do barro preto, pelos trabalhos agrícolas, sem esquecer as marcas deixadas por civilizações antigas (anta e sarcófagos de Xudreiros) e um dos seus símbolos mais apreciados, a capela de Nossa Senhora do Extremo, situada no topo da serra da Falperra. Na aldeia de Telões, o arranjo da sua parte central (onde se situa a capela de Nossa Senhora da Vitória) enobreceu um espaço que, habitualmente é muito frequentado pelos habitantes e por quem ali se dirige vindo de fora. De caraterísticas diferentes das do painel de Tourencinho, os azulejos da composição que antecipam uma escadaria de granito também referem os trabalhos agrícolas mais comuns e tradicionais do vale, referência aos casais feirantes (em Telões foi recuperada também, recentemente, por iniciativa da sua Junta de Freguesia, uma feira tradicional, a do Ferreirinho) e a imagem altiva da igreja paroquial dedicada ao Divino Salvador.
Esta disposição dos telonenses em alindar os seus espaços com painéis é uma mais-valia dos seus conteúdos, sendo certo que se trata de lugares com história e com equipamentos sociais de grande qualidade.