Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Baixo fluxo de utentes comprova que não há falta de respostas

A Associação de Municípios do Alto Tâmega continua à espera do agendamento de uma reunião com a Ministra da Saúde para debater o “péssimo” funcionamento do Hospital de Chaves que, nas últimas semanas, tem sido alvo de várias notícias que denunciam a falta de médicos. A ARS garante que as filas de espera no hospital não se devem à falta de respostas ao nível de cuidados de saúde.

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O Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte divulgou, no dia 30, que apenas 23 utentes recorreram aos Centros de Saúde de Chaves nos seus períodos de funcionamento em horário alargado, medida implementada no final de Novembro para monitorizar a utilização dos serviços de saúde da Região.

Segundo o comunicado divulgado pelo Gabinete de Relações Públicas da ARS Norte, o esclarecimento surge na sequência das notícias recentes que denunciaram a falta de médicos no concelho flaviense.

“Como se pode facilmente constatar, os Cuidados de Saúde Primários organizaram-se atempada e adequadamente para responder às eventuais solicitações e necessidades dos doentes, pelo que só por razões que não são facilmente descortinadas se pode acusar os serviços de falta de respostas às situações de doença”, explica o mesmo organismo.

Durante um mês, os Centros de Saúde que servem a população do concelho, Chaves 1 e Chaves 2, asseguraram “aos sábados, domingos, feriados e tolerância de ponto, o serviço de Atendimento Complementar, no período compreendido entre as 14h00 e as 20h00 horas, destinado a dar resposta a situações de doença aguda, designadamente relacionadas com a pandemia da gripe”.

Um alargamento de horário “de natureza temporária” que teve como objectivo “dar adequada resposta, ao nível dos cuidados de saúde primários, ao aumento da procura sazonal, relacionada, em grande medida, pela fase de pandemia da gripe” e, ao mesmo tempo, monitorizar “a procura de cuidados de saúde por parte dos utentes, de forma a ajustar, se necessário o respectivo horário de funcionamento e o número de profissionais a afectar”.

Apesar dos vários casos denunciados de horas de espera nas urgências do Hospital de Chaves, o documento indica que, durante o mês de teste, acorreram aos serviços dos dois centros uma média de apenas dois doentes, o que indica que as pessoas continuaram a recorrer à unidade hospitalar em vez de se dirigirem aos centros de saúde. “A ARS Norte e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Tâmega continua a apelar e a sensibilizar os cidadãos para recorrerem sempre e em primeiro lugar à Linha de Saúde 24, através do nº 808 24 24 24, ao seu médico de família e ao centro de saúde, evitando assim perdas de tempo, bem como sobrecarga de serviços que devem estar mais disponíveis para prestar cuidados mais diferenciados”, frisa o documento.

Mais, os dois organismos sublinharam ainda “o profissionalismo, a dedicação e a colaboração dos profissionais que, de uma forma perfeitamente natural, têm dado resposta às solicitações que o Ministério da Saúde tem feito”, classificando ainda como “excelente” a resposta que a “Unidade Hospitalar de Chaves do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro tem demonstrado ao longo de todo o processo, na melhoria da resposta às necessidades da população, nas várias áreas clínicas, contribuindo para efectivos ganhos em saúde”.

A mesma opinião não têm os autarcas dos concelhos servidos pela unidade hospitalar flaviense que, através da Associação de Municípios do Alto Tâmega, pediram, no dia 16 de Dezembro, uma audiência com a Ministra da Saúde, Ana Jorge, para apresentar o seu descontentamento relativamente ao “péssimo funcionamento da Hospital de Chaves”.

Alegando que a unidade flaviense “não vem dando a resposta necessária às carências dos cidadãos”, os autarcas querem soluções, no entanto, como garantiu, ao Nosso Jornal, João Batista, presidente da Câmara Municipal de Chaves, até a hora de fecho desta edição ainda não tinha sido feito o agendamento da referida reunião.

Os autarcas garantem que é “crescente a insatisfação dos seus munícipes com a situação vivida naquela unidade hospitalar, que se tem vindo a degradar desde a integração no Centro Hospitalar (em 2007)”, e que a “tendência é para se deteriorar ainda mais”.

 

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