Esta iniciativa é promovida e apoiada pela Estrutura de Missão do Douro (EMD), Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Comunidade Intermunicipal do Douro, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Centro de Inovação de Trás–os-Montes e Alto Douro (CITMAD) e Associação Empresarial Nervir.
Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura da Missão para a Região Demarcada do Douro, referiu que a criação deste barómetro é uma iniciativa para avançar. “É uma experiência inédita onde vamos definir um universo de 20 empresas. O acompanhamento deste conjunto empresarial ainda será estudado, mas pode variar de 3 em 3 meses ou de 6 em 6 meses. Ao longo deste período, vão ser monitorizados um conjunto de indicadores dessas 20 empresas”.
Este responsável já adiantou alguns elementos pesquisadores que serão tidos em conta na criação do barómetro. “Entre outras coisas, pretender saber como está a evoluir o emprego, os mercados para onde destinam a produção, numa cadência fixa de recolha que permita de facto uma amostra real da empregabilidade no Douro”. Sublinhou ainda os benefícios desta bolsa empresarial em termos de conclusões e caminhos a percorrer no futuro. “Este conhecimento vai permitir-nos inflectir, sugerir e estimular. Uma experiência que merece o acolhimento de todos e objectivamente vai ser feito na própria empresa. Ou seja, haverá uma análise real do que está a acontecer e depois, em tempo oportuno, serão sugeridas as conclusões, sobre que propostas, sistemas e instrumentos”. Por fim, deixou um recado. “Este exercício não é platónico, já que cada entidade terá o seu papel. Há várias entidades empreendedoras no Douro que desvalorizam o conhecimento, nem sabem o quanto ganham se tiverem mais competências, tirando partido do conhecimento”.
Oliveira Duarte, coordenador da Agência da Empregabilidade da Comissão de Coordenação da Região Norte, foi um dos mentores da implementação deste plano e reforçou a ideia deixada por Ricardo Magalhães. “A criação do «PSI20» é uma metáfora, mas é uma ideia que vamos pôr em prática e constituir um conjunto de empresas que vão ser regularmente inquiridas para nos ajudarem a identificar o que são as necessidades do mercado de trabalho no Douro. Isto é fundamental, sem estas informações não se poderá chegar a bom porto”.
Oliveira Duarte deixou, ao Nosso Jornal, algumas das iniciativas a implementar em 2010. “O primeiro passo consiste na realização de um conjunto de reuniões de trabalho com algumas entidades. Depois iremos manter contactos com várias autarquias, conselhos municipais de educação, redes de acção social, associações municipais e empresariais. Em Fevereiro ou Março, esperamos ter os resultados desta primeira ronda, a tempo de influenciar as ofertas formativas que as direcções regionais de Educação e o Instituto de Emprego e Formação Profissional irão assumir para o próximo ano. Vão ser criados grupos empresariais em cada concelho que irão funcionar como barómetros da empregabilidade e apurar elementos para que o agente de ensino responda também às necessidades. No primeiro ano será implementado este estudo e no segundo ano será disponibilizado um conjunto de informações em feiras de emprego, escolas, onde serão divulgados os resultados destes barómetros”.
Segundo Oliveira Duarte, a nomeação das empresas será faseada, tendo já havido diversos contactos, nomeadamente com um núcleo empresarial da região. “É preciso saber junto do tecido empresarial as suas angústias, a concorrência, as competências dessas mesmas empresas, de forma a continuarem activas e competitivas”, salientou.
O coordenador da Agência da Empregabilidade deixou um aviso. “Se não atacarmos o problema, o desemprego vai crescer no Douro e nas regiões do Interior. Nada do que vamos fazer terá de dar resultados a curto prazo, mas é preciso começar a trabalhar nesta matéria. Se no primeiro ano, nós conseguirmos identificar algumas empresas que nos digam que, dentro de dois ou três anos, vão precisar de um determinado conjunto de profissionais, depois pretendemos convencer as escolas a preparar esses profissionais e convencer alguns jovens a fazer essa escolha. Desta forma, vamos ganhar o nosso primeiro desafio. Estará dado o primeiro passo para continuar a lutar e alargar o número de empregos e atrair mais jovens”.
Alguns estudos dados a conhecer salientam que os empregos no Douro são relativamente escassos, as entidades empregadoras são pequenas e as remunerações são baixas. Saliente-se que, nos últimos 25 anos, a região do Douro perdeu cerca de 120 mil pessoas.