Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
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BE pede explicações sobre a tentativa de venda de um comboio histórico

Os deputados do Bloco de Esquerda acreditam que os interesses do país foram “ignorados” no processo de tentativa de venda de um comboio que, estacionado na Régua, foi apresentado “por e-mail” a potenciais compradores europeus. O secretário de Estado teve conhecimento desta tentativa de venda? Quais as suas motivações? É o que querem saber os bloquistas

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Baseando-se em notícias recentemente divulgadas na comunicação social nacional, a deputada na Assembleia da República Catarina Martins, eleita pelo Bloco de Esquerda (BE), pediu, no dia 22, explicações ao secretário de Estado da Cultura sobre a tentativa da CP de pôr à venda no estrangeiro uma composição ferroviária histórica que se encontra estacionada no Peso da Régua.

“Quem impediu a venda em nome da defesa do património português? A Federação Europeia de Caminhos-de-Ferro Turísticos, através de um apelo que lançou aos vários museus para não comprarem o comboio de via estreita estacionado na Régua”, critica a deputada.

O BE sublinha ainda que, “de acordo com a mesma notícia, a Federação considerou escandaloso que a empresa portuguesa pusesse à venda a composição em causa, não só por constituir um património raro, logo a preservar, mas também por estar em óptimo estado. Aliás, devido ao facto de o comboio se encontrar operacional estava já destinado à Linha do Vouga”.

“Ao que parece a iniciativa é da CP Frota, que gere o material circulante, tendo a unidade enviado um e-mail a várias entidades estrangeiras solicitando que estes propusessem o preço correspondente”.

No requerimento apresentado na Assembleia da República, a deputada bloquista classifica ainda como “insólito” o facto de ter sido a Federação a comunicar ao Museu Nacional Ferroviário Português a tentativa de venda, “o que só permite deduzir a clara intenção de colocar este património nacional fora do país”.

Considerando que a situação está “envolta em factos no mínimo estranhos”, o BE quer saber se o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, “tem conhecimento desta tentativa de venda por parte da CP Frota da composição ferroviária estacionada na Régua” e “quais os fundamentos da mesma”.

“Considera o secretário de Estado aceitável que seja uma Federação europeia a intervir em defesa do património português já que, no nosso país, a empresa que tutela o material circulante português ignora a função de preservação do mesmo?”, questiona Catarina Martins.

Apesar da empresa de caminhos-de-ferro ter afirmado “que perante esta situação iria então dar prioridade ao museu português na compra da composição em causa”, o museu “alega que já tinha pedido à administração da CP a cedência da mesma”, por isso o Bloco acredita que no processo os interesses do país poderão ter sido “ignorados”.

 

 

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