“O objectivo da minha visita pretendeu dar mais força à ideia de reabilitar e recuperar a acessibilidade ferroviária a uma região que corre o risco de deixar de ter este tipo de transporte”. O deputado, que falou ao Nosso Jornal na gare da estação de Vila Real, mostrou algum desencanto. “Aqui já não há carris, a antiga linha do Corgo desapareceu, isto é uma situação altamente preocupante e que exige uma grande pressão junto do Governo e das autarquias”, defendendo ainda a ideia “de uma acessibilidade regional ao eixo transversal à linha do Douro”.
O deputado lembrou algumas promessas deixadas pelo Poder Central quanto à linha do Corgo. “Vejo com grande tristeza que alguns governantes, que vieram com grande pompa e circunstância à região defender a linha do Corgo e do Tâmega, e até a própria linha do Tua, agora dão o dito e o prometido pelo não dito. Isto não se faz a estas populações”.
Heitor de Sousa adiantou ainda que o Bloco questionou o Governo sobre todas as linhas de via estreita que existem no país para ver se esses investimentos, que foram prometidos, estavam ou não inseridos no Orçamento e se iam ou não ser concretizados”. O Governo respondeu sistematicamente a esses requerimentos, dizendo “que estava a estudar as possibilidades”.
A possível criação de uma Associação de Amigos da Linha do Corgo também foi avançada por Daniel Conde, membro do Movimento Cívico pela linha do Tua. “Vamos tentar avançar com um movimento cívico pela linha do Corgo, é preciso reunir as pessoas que estão interessadas e avançar com esse movimento”. Esta vontade “faz todo o sentido”, dada a similaridade dos processos “pretende-se lançar uma plataforma unida entre todas as linhas de via estreita do Douro, para ter mais força e mais recursos para se lutar pelo regresso do comboio”.
Na tarde de sábado, o Bloco de Esquerda aproveitou para colocar, à entrada do Largo da Estação Ferroviária, algumas faixas defendendo a linha do Corgo.