Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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Bombeiros apanhados de surpresa fizeram parto de gémeas

“Os bebés é que escolhem quando nascem”, e prova clara disso tiveram dois jovens bombeiros que ontem assistiram ao milagre da vida, ao quadrado. Duas meninas com apenas 28 semanas de gestação decidiram nascer sem aviso prévio e contando apenas com a experiência da mãe e o empenho dos dois soldados da paz.

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Na madrugada de ontem, uma chamada para socorrer uma grávida que estava a “perder líquido” terminou com dois bombeiros da Cruz Branca a fazer o parto de duas meninas gémeas, em Vila Real.

“Estávamos no hospital a fazer um 112 quando fomos chamados por causa de uma senhora grávida de 28 semanas. Até comentei com o Tó em tom de brincadeira: Queres ver que ainda vamos fazer um parto hoje!”, recorda Henrique Parente, o bombeiro da Cruz Branca que nessa altura não imaginava que iria realmente fazer o parto não de uma mas de duas crianças.

O bombeiro de 33 anos, e o colega, António Eira, de 21, receberam o alerta às 4h33 da madrugada e poucos minutos depois estavam na casa da jovem mãe vila-realense, de 28 anos, que já se encontrava em estado avançado de trabalho de parto. “Foi tudo muito rápido”, explicou Henrique Parente, recordando que accionaram a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), tendo recebido a indicação que esta não estaria no momento disponível.

Na manhã seguinte, o estado de espírito dos dois bombeiros era de “uma felicidade incrível”, no entanto, no momento do parto, apesar de completamente desprevenidos para o que os esperava, à aflição sobrepôs-se à certeza de que dariam o seu melhor.

“Primeiro fiquei um pouco bloqueado, o Henrique estava a pedir-me uma peça que eu tinha na mão e eu nem estava a vê-la, mas depois desbloqueei e fizemos um bom trabalho em equipa”, relatou António Eira.

Assim que os dois bombeiros chegaram ao local, a parturiente já estava em trabalho de parto e numa questão de poucos minutos a bebé nasceu. “Como tínhamos a indicação de que se tratava de uma grávida com 28 semanas, nem tínhamos connosco o kit de partos, tivemos que improvisar”, revelou Henrique Parente, explicando que, depois de concluído o nascimento da menina, levaram a mãe para o quarto e qual não foi a surpresa quando se aperceberam que estaria a nascer mais uma criança. Desta vez, os dois bombeiros já tiveram tempo de ir à ambulância buscar o kit, mas, ainda assim, desde que chegaram a casa da parturiente até ao momento em que fizeram o transporte da mãe e das bebés para o hospital, terá passado menos de meia hora.

Graças ao contacto Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), quando as meninas chegaram ao Hospital os médicos já estavam preparados para as receber e apesar de pesarem apenas cerca de meio quilo cada uma, tudo indica “que vão ficar bem”, revelou o bombeiro da Cruz Branca, sempre com um sorriso no rosto.

Bombeiro da Cruz Branca há cerca de seis anos, Henrique Parente tem formação avançada que inclui simulacro de partos, no entanto, para ambos, essa foi a primeira vez que assistiram a um parto. “A parturiente, que tinha alguma experiência (já tem um filho), ajudou muito”, reconheceram os soldados da paz.

“Voltamos para o quartel e a adrenalina era tanta que nem conseguimos dormir”, recorda António Eira. Mas, a aventura dos dois jovens bombeiros não acabou por aqui, já que cerca de meia hora depois de terem chegado ao Quartel da Cruz Branca receberam outra chamada, novamente para socorrer uma grávida, desta vez com as 37 semanas completas… “Queres que ver que vamos fazer outro parto”, comentou um dos soldados da paz em jeito de brincadeira, no entanto, desta vez o bebé esperou até chegar ao hospital.

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