Contradição das contradições. Quanto mais floresta, menos carros. É este o drama da Corporação de Bombeiros de Vila Pouca de Aguiar. Sendo o concelho que tem para proteger a maior mancha florestal do distrito de Vila Real, conta, apenas, com duas “relíquias”, para o efeito. Esta corporação debate-se com falta de meios no combate aos fogos florestais. Embora esta região não esteja a ser fustigada pelos incêndios, até agora, a mesma revela, ainda assim, meios ineficazes e pouco adequados para o conseguir. Esta corporação dispõe de duas viaturas, sendo uma viatura MAN, com dezassete anos, e a outra uma Mercedes, com vinte e três anos. São estes os meios de que a corporação dispõe, para defender 18 freguesias, num total de 420 Km2. Mas as “relíquias” estão operacionais, apesar dos custos elevados da sua reparação e manutenção.
António Sarmento, Comandante da Corporação, comenta: “temos estes dois carros, um Veiculo Rural Contra Incêndios Florestais (VRCI) e um Veículo Florestal Contra Incêndios (VFCI), mas que já têm muitos anos. Levam apenas dois mil e cinco mil litros de água. São antiquados. Também temos uma grande superfície de floresta, caminhos acidentados e estamos numa zona orográfica de altitude”.
Estes Bombeiros anseiam por uma viatura moderna, equipada e preparada para fogos em área montanhosa e com maior capacidade no transporte de água, enfim, um carro adequado e que corresponda às necessidades destes homens, porque meios antiquados não ajudam na operacionalidade no terreno e complicam a missão.
Mas não só de carros necessitam estes Bombeiros. Anseiam que o novo Regime Jurídico, aprovado pela Assembleia da República, relativamente à construção dos quartéis, possa ser decisivo, para a concretização do projecto que espera aprovação do Governo, porque o quartel existente é exíguo, não albergando todas as viaturas e, no Inverno, as infiltrações também são uma realidade.
Jmcardoso