Quando começou a sua carreira desportiva?
Comecei a jogar aos 13 anos, aqui na AAUTAD. Neste momento disputamos a segunda divisão nacional (Zona Norte). Fomos campeões nacionais da segunda divisão por duas vezes e disputamos a primeira divisão. No ano passado descemos por opção da Direcção da altura e este ano conseguimos a manutenção na segunda divisão.
Neste momento qual é o objetivo clube?
O nosso principal objetivo é mostrar à cidade que temos uma equipa de Râguebi, que já existe há 28 anos. Queremos, de uma vez por todas, dar a conhecer a equipa a Vila Real, criando, para isso, uma equipa de base através do desenvolvimento de uma escolinha.
Queremos reunir atletas para criar equipas de sub 16 ou sub 18 e seniores que disputarão os campeonatos nacionais. Queremos também criar uma equipa feminina, um desafio que assumimos e para o qual contamos já com uma atleta brasileira que vai estudar na UTAD nos próximos dois anos e que já está a treinar connosco. Já houve uma equipa há 20 anos, mas foi uma experiência muito amadora. Este ano, queremos juntar pelo menos 10 raparigas para fazer os torneios da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), uma decisão que a Associação Académica apoiou a cem por cento, queremos que a equipa seja uma mais valia tanto para a Academia como para a cidade.
Isso tudo além de manter uma equipa sénior masculina que compete no campeonato da Federação Académica do Desporto Universitário…
Sim. A equipa sempre sobreviveu com universitários. Agora, como os cursos são de três anos, quando um jogador começa finalmente a dar o máximo está na hora de ir embora e acabam por ir jogar para outras equipas. Este ano perdemos oito jogadores (o que é muito numa equipa de 15 atletas) e temos atualmente o caso de quatro dos nossos ex-jogadores que estão no Arcos de Valdevez, equipa que está agora na primeira divisão. Por isso, queremos criar uma equipa de raiz, com uma espinha dorsal. Tudo que vir ao nível dos campeonatos universitários é um extra e se eles puderem prolongar a estadia deles e continuar na equipa tanto melhor, mas temos de nos assumir como uma equipa de carácter eminentemente “formador” por assim dizer.
Quem pode entrar para o clube?
O objetivo é criar equipas que disputem os vários escalões. Podem vir treinar todos que gostem de desporto, a partir dos seis anos.
Aqui aprende-se a dar valor ao trabalho da equipa e a respeitar ao próximo. Nas outras modalidades também pode ser assim, mas falo pelo que sei, falo pelo râguebi. Não há muitos desportos de equipa em que o jogador tenha que dar o corpo por causa do colega. Além de formar atletas, a modalidade forma homens e bons cidadãos, um dos nossos objectivos é aliás a tentativa de captar jovens em algumas IPSS, de maneira a que esta secção da A. A. Possa dar o seu contributo social à sociedade onde está inserida.
Deixa então um apelo aos pais para que apostem na modalidade e inscrevam os seus filhos na equipa da UTAD?
Sim. Acho que é um projeto que tem pernas para andar, mas precisamos da adesão dos atletas. Só precisamos que os pais venham trazer os miúdos. A inscrição é grátis e as despesas com a Federação Portuguesa e com o seguro são suportadas pela Associação Académica, por isso não há qualquer tipo de despesas, além disso temos todas as condições em termos de infraestruturas, com um campo pelado, dois relvados e balneários onde podem tomar banho.
Não há qualquer custo?
Não. Só precisamos que os pais tragam os miúdos aos treinos. Os treinos da equipa sénior decorrer entre as 19h00 e as 20h30, mas em relação aos treinos das outras equipas, o horário ainda está em aberto, é uma questão a combinar depois com os pais. Pedimos que entrem em contacto para chegarmos juntos a um consenso sobre os melhores horários.
Fica também um apelo às empresas da região que queiram patrocinar a equipa…
Sem dúvida. Temos como orçamento o que a Associação Académica nos pode dar. Não é fácil arranjar patrocínios. Muitas vezes jogamos contra equipas que têm orçamentos de 40 e 60 mil euros. É complicado, é uma luta de David contra Golias, mas temos aguentado.
Somos a única equipa transmontana. Nunca houve mais nenhuma, e os apoios da câmara são quase nulos, os existentes são veiculados através do que recebe a Associação. É triste haver dinheiro para quatro ou cinco escolas de futebol e não haver para as restantes modalidades.
Tenho entrado em contacto com várias empresas (este ano, em princípio, já arranjamos pelo menos um patrocinador, que é a ótica Melo) e posso garantir que é uma boa aposta porque, além de associarem o nome da empresa à uma equipa que disputa os campeonatos nacionais, associam o seu nome à Universidade. Aliás, a UTAD e a cidade complementam-se. Além disso, a UTAD tem o estatuto de instituição pública, por isso está abrangida pela lei do mecenato, logo o apoio dado traz benefícios fiscais às empresas. Temos consciência das dificuldades atuais e não pedimos grandes montantes, apenas o que nos puderem dar.
Ao nível desportivo, quais são os objetivos para esta nova época desportiva?
O nosso principal objectivo, é, formar atletas e futuros cidadãos, perfeitamente integrados na sociedade e com uma consciência cívica e moral. É claro que os resultados ajudam a trazer pessoas. Com uma equipa vencedora é muito mais fácil chamar atletas. Mas a nossa principal preocupação é estreitarmos ao máximo a relação da equipa com a cidade e com a Associação, que tem sido um grande apoio graças à aposta do Sérgio Martinho, atual presidente da Associação e que tem mostrado grande sensibilidade e visão relativamente ao papel social que a Academia e esta equipa em particular, pode representar, na sociedade Vilarealense. Se não fosse a AAUTAD esta equipa não podia existir.
O râguebi está então de braços abertos aos vila-realenses…
Sim. Venham experimentar a modalidade. O Rugby não é um desporto de brutos. Todo o desporto é bom para o desenvolvimento físico, psicológico e social de um jovem, mas neste campo o rugby tem alguns valores muito próprios, a transmitir. Tragam os filhos, os amigos, as namoradas. Aconselho vivamente. Quem vier e gostar de desporto, se experimentar, fica a jogar râguebi.