O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse hoje à agência Lusa que o projeto visa melhorar as condições de visitação do Boticas Parque – Natureza e Biodiversidade, que abrange as freguesias de Vilar, Codessoso e Beça.
O aviso da abertura do concurso público para o Centro de Observação da Natureza do Barroso foi publicado hoje em Diário da República (DR) e o preço base do procedimento é de cerca de 278 mil euros.
Trata-se, segundo o autarca, de um projeto financiado pelo Provere – Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos – que pretende melhorar as condições de visita ao parque que “já se transformou num importante polo de atração de turistas”.
O Centro de Observação da Natureza do Barroso inclui a criação de trilhos, a construção de um edifício de balneários, de um percurso de arborismo, de um abrigo prefabricado para observação de aves, de um tanque de trutas, o prolongamento do passadiço em madeira já existente e a recuperação de uma represa no rio Beça.
Após a adjudicação da obra, o prazo de execução é de 210 dias.
O Boticas Parque nasceu a partir dos antigos viveiros florestais da Relva e abrange uma vasta mata que foi preservada e protegida, possibilitando o contacto da população com a natureza.
Ali está também a ser instalado um centro de reprodução do mexilhão-de-rio (margaritífera margaritífera) que visa a preservação desta espécie que inviabilizou uma barragem.
O projeto inicial do Sistema Eletroprodutor do Tâmega previa a construção de quatro barragens, mas a descoberta do mexilhão-de-rio no rio Beça inviabilizou a barragem de Padroselos, que iria localizar-se junto a Covas do Barroso.
Trata-se de uma espécie ameaçada que chegou a ser dada como extinta em Portugal no início do século XX, tendo sido redescoberta de uma forma fortuita em 2009, em Boticas.
No parque, vai ser feito um programa de reprodução em cativeiro deste bivalve que precisa de trutas para completar o seu ciclo de vida.