Na madrugada de 26 de novembro de 2018, em que se verificaram fortes rajadas de vento, uma grua de grandes dimensões caiu sobre o campo de futebol do Calvário, no centro da cidade, provocando danos nas bancadas e no relvado sintético avaliados em cerca de 300 mil euros.
Precisamente um ano depois, o presidente do município de Vila Real, Rui Santos, referiu que, após “um longo calvário burocrático”, o município pode agora avançar com a intervenção
“A câmara vai pagar a obra, orçamentámo-la e vamos avançar com a obra, ao mesmo tempo que decorre um processo judicial para que os responsáveis possam depois ressarcir o município deste investimento”, afirmou o autarca.
Rui Santos criticou o que considerou ser a "postura de desresponsabilização" das empresas privadas envolvidas no processo.
“É inacreditável que o empreiteiro, uma companhia de seguros e uma empresa que montou uma grua possam prejudicar centenas de crianças, possam prejudicar um clube e que não haja uma forma legal de impor a reparação imediata dos estragos que, ainda que involuntariamente, originaram pela queda da grua”, referiu.
O Campo do Calvário é um equipamento municipal que está cedido ao Sport Clube de Vila Real e serve centenas de crianças, jovens e adultos.
Por considerar que a "situação não é aceitável" e "é uma vergonha", a câmara "decidiu avançar com as obras encetando para “o efeito os procedimentos públicos necessários para a adjudicação da intervenção" e assumindo os encargos da mesma.
Paralelamente, segundo Rui Santos, "acionou os meios legais ao seu dispor" para "obrigar as empresas a ressarcirem a edilidade".
Já em abril, o autarca convocou uma conferência de imprensa para denunciar a situação.
Contactada hoje pela Lusa, a Crédito Agrícola Seguros disse ter procedido, “de imediato, à instrução do processo, concluindo não existir responsabilidade” da sua segurada, a empresa Nesinocas.
“Só no caso de essa responsabilidade vir a ser atribuída ao dono da obra, Nesinocas, é que a mesma poderá ser transferida para a CA Seguros, através da apólice de responsabilidade civil existente. Estando em curso uma ação judicial para apuramento da responsabilidade, aguardaremos as suas conclusões”, referiu.
A grua foi instalada por uma outra empresa, da qual não foi possível obter uma reação até ao momento.