Segundo Amadeu Silva Assunção, o agredido, tudo aconteceu quando no percurso de carro para a sua residência passou por “um convívio” do PSD que estava a decorrer junto à igreja de Abaças. “Fui passando devagar conforme as pessoas se iam desviando do caminho, a certa altura fiquei cercado”, recorda o queixoso sobre os acontecimentos que tiveram lugar por volta da meia-noite de sábado.
“O presidente da Junta dirigiu-se ao meu carro, abriu a porta e tentou puxar-me para fora, deixando marcas no meu braço”, continua Amadeu Assunção, referindo que o autarca Fernando Gaspar, que representa novamente a aposta do Partido Social-Democrata naquela freguesia vila-realense, lhe terá ainda dado “dois pontapés no abdómen” e que lhe “torceu o braço”.
“O filho ainda lhe disse: pai larga-o senão ainda lhe partes o braço”, garante o candidato socialista, referindo que o episódio apenas terminou quando dois elementos do PSD agarraram Fernando Gaspar, tendo sido, alegadamente, a esposa do próprio a fechar a porta e a dizer-lhe para seguir.
“Não sei o que lhe passou pela cabeça”, referiu Amadeu Assunção, desmentindo alguns boatos que circulam na freguesia de que teria “feito peões e tentado atropelar pessoas”.
Reforçando que não houve qualquer motivo que despoletasse a alegada fúria do autarca, o candidato da lista do PS à Assembleia de Freguesia de Abaças só encontra explicação para o acto de violência nas diferenças partidárias. “Fui convidado para integrar a lista do PSD mas recusei porque já tinha aceitado o convite do PS”, explicou.
O queixoso lamentou ainda que, apesar de ter ligado de imediato à Guarda Nacional Republicana (GNR) esta só tenha chegado ao local mais de uma hora depois do acontecimento, tendo argumentado inicialmente “falta de veículos e de pessoal”.
À porta da GNR, fonte do partido explicou ao Nosso Jornal que, tendo em conta esse descontentamento quanto à actuação da Guarda, que o PS também quis manifestar, a queixa contra Fernando Gaspar foi apresentada na PSP de Vila Real.
Contactado pelo Nosso Jornal, o autarca de Abaças e cabeça-de-lista do PSD na freguesia, desmentiu a agressão garantindo que não faz “ideia do que aconteceu”, que não teve conhecimento de qualquer convívio do seu partido e nem sequer esteve no local indicado pelo agressor na noite de sábado.
Rui Santos, presidente da Federação Distrital de Vila Real do PS, e cabeça-de-lista do mesmo partido à autarquia da capital de distrito, revelou ainda, ao Nosso Jornal, que, depois de ter tomado conhecimento das acusações de que está a ser alvo, e à frente de “várias testemunhas”, o autarca já fez novas ameaças a Amadeu Assunção durante o dia de terça-feira.
