Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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Captação de água da ribeira de Tanha em discussão pública

A construção de uma “barragem com cerca de cinco metros de altura acima da fundação” está a ser pensada para o aproveitamento hidroeléctrico da ribeira de Tanha, um projecto cujo pedido para captação de água já deu entrada na CCDR-N, está agora em discussão público. Mas permanece no total desconhecimento dos autarcas locais. Está em […]

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A construção de uma “barragem com cerca de cinco metros de altura acima da fundação” está a ser pensada para o aproveitamento hidroeléctrico da ribeira de Tanha, um projecto cujo pedido para captação de água já deu entrada na CCDR-N, está agora em discussão público. Mas permanece no total desconhecimento dos autarcas locais.

Está em discussão pública o “pedido para captação de água da ribeira de Tanha, sub-bacia do Corgo (Bacia do Douro), para a produção de energia hidroeléctrica, através da reabilitação de infra-estruturas hidráulicas, nas freguesias de Nogueira e Abaças, concelho de Vila Real”, um projecto da Sociedade Hidroeléctrica Severense.

Segundo o projecto, publicado no “site” da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), “pretende-se utilizar um troço da ribeira de Tanha, entre as cotas 340 m e 250 m”, estando previsto um aproveitamento com “um desnível de 95 metros, numa extensão de 2500 metros” e que será constituído por um “açude, uma tomada de água, uma conduta forçada e uma central”.

“A Central será estabelecida à cota 253 m (terreno), onde, para além dos equipamentos afectos à produção de energia, serão instalados os órgãos de comando e controlo do aproveitamento”, especifica o projecto.

O mesmo documento revela a criação de uma albufeira “de muita pequena dimensão, prevendo-se uma ocupação de cerca de 0,5 ha, dos quais cerca de 90 por cento correspondem à utilização do actual leito da linha de água”, esclarecendo ainda que “para a definição do circuito hidráulico e do açude, foram realizadas várias visitas ao local, considerando-se a informação geológica que foi possível obter. Em fase posterior e em caso de resposta favorável ao pedido para captação de água, serão desenvolvidos os estudos necessários à melhor caracterização da solução”.

A Central que prevê a construção de novos acessos ao local e a melhoria dos já existentes, terá uma potência a instalar de 2400 kw e uma produção média, em ano, de 7,2 GWh.

Apesar de no “site” da CCDR-N poder encontrar- -se um edital que “convida” todos os interessados a requerer um idêntico pedido de atribuição de concessão com o mesmo objecto e finalidade e ainda todos “os interessados que se julguem lesados com a referida pretensão” a manifestar, por escrito, as suas objecções, num prazo de trinta dias, Fernando Gaspar, Presidente da Junta de Freguesia de Abaças garantiu, ao Nosso Jornal, que a freguesia nunca recebeu tal documento.

“Não recebemos o edital e falei com várias pessoas aqui na freguesia e ninguém tem conhecimento de tal projecto, nem de movimentações no local”, referiu o mesmo autarca.

Também na freguesia de Nogueira, o pedido da empresa severense e o projecto para a construção do aproveitamento hidroeléctrico é uma completa novidade, já que, como explicou Joaquim Palma, autarca local, “não houve qualquer comunicação à Junta”.

As surpresas continuam, mas desta feita na Câmara Municipal de Vila Real, já que, também o Vereador Miguel Esteves, do pelouro do Ambiente, e Domingos Madeira Pinto, Vice-Presidente da autarquia, afiançaram, ao Nosso Jornal, desconhecer o projecto em causa.

Tentámos entrar em contacto com a Sociedade Hidroeléctrica Severense, no entanto, por motivo de férias, não foi possível saber mais esclarecimentos sobre o projecto.

 

Maria Meireles

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