A solução conjunta foi aprovada hoje em plenário pelos quatro partidos, que já a tinham viabilizado esta semana na Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da República, contando ainda com o voto a favor da deputada do PSD eleita pelo distrito de Vila Real, Manuela Tender, e os votos contra do resto da bancada parlamentar social-democrata e do CDS-PP.
O documento também “anula a inscrição do edifício da sede da Casa do Douro, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, a favor de qualquer outra entidade”.
A Casa do Douro, criada em 1932, viveu durante anos asfixiada com uma dívida ao Estado que atingiu os 160 milhões de euros.
Para resolver o problema, o anterior Governo preparou um plano que incluiu uma alteração legislativa, transformando o estatuto de direito público e inscrição obrigatória em associação de direito privado e de inscrição voluntária.
A natureza pública da instituição foi extinta em dezembro de 2014, durante o Governo PSD/CDS-PP, sendo posteriormente aberto um concurso para a gestão privada da instituição, que foi ganho pela Federação Renovação do Douro.
Em maio de 2016, já com o Governo PS, o parlamento aprovou a criação da comissão administrativa para a regularização das dívidas e da situação dos trabalhadores.
O diploma prevê que esta entidade gestora continue em funções até à realização de eleições para a constituição dos novos órgãos sociais.
Os deputados do PS eleitos por Vila Real, Francisco Rocha e Ascenso Simões, congratularam-se com esta solução conjunta.
“Hoje é um dia feliz porque estamos a culminar um processo político longo, que exigiu ponderação, participação diálogo, para alcançar consenso alargado”, afirmou Francisco Rocha em comunicado.
O parlamentar salientou “o grande consenso em torno da proposta”, não só “com os partidos de esquerda, mas também com o PSD (…) pela voz dos seus autarcas representados na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro”.
A CIM Douro, que agrega 19 municípios, defendeu a refundação da Casa do Douro.
A deputada do PSD Manuela Tender disse à agência Lusa que votou a favor do projeto-lei porque entende que é a “solução que os durienses têm reclamado, através dos seus autarcas”.
“Eu entendo que devemos ser solidários com eles que são quem está mais próximo, no terreno, quem melhor sente aquilo que são as dificuldades das populações”, frisou.
Manuela Tender disse que a região “não aceitou com bons olhos” a alteração que foi implementada na Casa do Douro e que, quando é assim, se deve proceder “de acordo com aquilo que são os interesses dos cidadãos da região”.
Na sessão plenária foi ainda apreciado e chumbado um projeto de resolução do PSD intitulado “Agir para uma Região Demarcada do Douro com futuro”.
No texto do projeto de resolução, os sociais-democratas defendiam que deveria haver “uma abordagem abrangente, voltada para o futuro, e que ataque os verdadeiros problemas do setor vitivinícola do Douro”.