Em plena época de incêndios, quando se condena o estado de abandono da floresta e os resíduos florestais que nela emergem, nunca foi tão premente a entrada em funcionamento destas unidades. Neste processo vislumbra-se também uma outra alteração, que tem a ver com a sua instalação. Inicialmente estava previsto ser instalada entre Loivos e Vila do Conde, no concelho de Chaves, mas já se pensa em transferir esta unidade para a Zona Industrial de Chaves.
Uma das autarquias interessadas neste processo é Vila Pouca de Aguiar e o autarca Domingos Dias explicou, ao Nosso Jornal, as razões deste impasse. “Neste momento, o processo não avança devido às tarifas que são pagas pela EDP ao receber a energia e aquilo que é necessário gastar para a produzir. Tanto quanto se sabe, a entidade, a quem foi atribuído o ponto de ligação e produção da energia eléctrica, ainda não encontrou um modo de rentabilizar o projecto. Através de uma portaria, aguarda-se que o Governo estabeleça algumas condições para tornar viável a instalação dessa unidade”.
Esta Central estava prevista para a zona de Vidago e Valoura, mais propriamente entre Loivos e Vila do Conde, só que neste momento a empresa está a pensar instalar-se na Zona Industrial de Chaves, embora ainda não esteja tudo definido.
Domingos Dias associou vantagens na implementação de tal equipamento e considerou “muito mau para a região se o processo não avançar. O mesmo possibilitaria a limpeza e o aproveitamento de resíduos florestais e matos para a transformação em biomassa. Vila Pouca de Aguiar assume um papel importante no projecto, pois detém cerca de 25 por cento da biomassa que se destinava àquele projecto”.
Por fim, o presidente sublinhou que este ano já “ardeu bastante mas poderá arder muito mais, se os matos continuarem por limpar”.
Este projecto, além de dar um aproveitamento às florestas, iria mantê-las limpas, cuidadas e trazer rendimento para os locais.
A Central de Biomassa envolve os municípios de Vila Pouca de Aguiar,
Ribeira de Pena, Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços.
De referir que, a central termoeléctrica de biomassa florestal do Alto Tâmega tem a potência prevista de 11 MW.
Parece estar longe o objectivo do Governo em colocar em funcionamento as 15 centrais de Biomassa atribuídas, num total de 100 megawatts. Em termos gerais, uma central de biomassa funciona introduzindo os resíduos no forno da caldeira, que tem água. Esta entra em ebulição, provocando um vapor muito pressurizado que faz mover a turbina, cujo gerador começa a produzir energia, que é introduzida directamente na Rede Eléctrica.