Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Centro Hospitalar ‘padece’ de falta de enfermeiros especialistas

Satisfeita com o processo de reestruturação dos serviços de saúde na região, a bastonária dos enfermeiros chamou a atenção para a “carência brutal” de enfermeiros com competências especializadas no Centro Hospitalar. A aposta na obtenção da classificação de Centro “amigo dos bebés” foi também sublinhada como muito positiva pela representante dos enfermeiros.

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Dos 887 enfermeiros que integram o quadro profissional do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) apenas 38 são especializados, uma realidade que, segundo Maria Augusta de Sousa, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, “tem que ser invertida no futuro”.

No âmbito de um périplo de três dias ao distrito de Vila Real, a bastonária visitou várias unidades do CHTMAD, inclusive o Hospital de São Pedro, onde tomou conhecimento, junto da enfermeira directora, desta “carência brutal”. “Isto é um absurdo”, considerou a representante dos enfermeiros, referindo que “a etapa seguinte” do Conselho de Administração, depois de garantir, de uma forma geral, a dotação adequada ao nível do número daqueles profissionais nos vários serviços, deverá ser a aposta na qualidade.

Maria Augusta de Sousa deixou assim o desafio ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar para que “esteja disponível para participar na criação do novo modelo de desenvolvimento profissional”, no qual a Ordem está a agora a trabalhar e que vai permitir aos enfermeiros “uma nova forma de acesso ao título de especialista”.

Apesar de criticar veemente a falta de enfermeiros especializados, a bastonária mostrou-se muito satisfeita com o progresso qualitativo que se pode verificar nos serviços do CHTMAD. “Acompanho este hospital há muitos anos. Se entrarmos hoje neste serviço de medicina e recordarmos a realidade de há dez anos atrás vemos que estamos num patamar radicalmente diferente”, referiu a enfermeira, lembrando o tempo em que aquela valência podia contar apenas com 12 profissionais, número que actualmente se cifra nos 58 enfermeiros.

Mais, a bastonária elogiou sobretudo o esforço que está a ser feito no quadro da saúde materna e das crianças, nomeadamente o desenvolvimento de “um conjunto de projectos que os enfermeiros assumiram com responsabilidade e que têm a ver com a preparação para o parto e parentalidade”.

Maria Augusta de Sousa sublinhou ainda os esforços do Centro Hospitalar para ser reconhecido como “amigo dos bebés”, um projecto em conjunto com a UNICEF e que vem se materializando através de intervenções de educação para mães e crianças.

Relativamente à reestruturação das unidades de saúde da região e a criação do Centro Hospitalar, a bastonária considera que as alterações foram positivas, pese embora, “as mudanças nunca sejam simples”. “Cada um de nós gostava de ter à porta um serviço de urgência ou uma maternidade, mas é bom realçar que a reorganização de serviços e rentabilização conjunta dos recursos permite uma resposta de maior qualidade”.

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