Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Chaves sai reforçada, mas Miranda do Douro inicia “morte lenta”

Já a partir do próximo ano lectivo, os alunos que ingressarem em Serviço Social, o único curso que se encontrava sedeado em Miranda do Douro, vão estudar em Vila Real. Já relativamente ao pólo de Chaves, a manutenção está garantida e existe, mesmo, a possibilidade de serem criadas parcerias público-privadas, com vista ao desenvolvimento do […]

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Já a partir do próximo ano lectivo, os alunos que ingressarem em Serviço Social, o único curso que se encontrava sedeado em Miranda do Douro, vão estudar em Vila Real. Já relativamente ao pólo de Chaves, a manutenção está garantida e existe, mesmo, a possibilidade de serem criadas parcerias público-privadas, com vista ao desenvolvimento do Ensino Superior, naquele concelho

O Senado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), reunido no dia 18, decidiu, por unanimidade, criar uma comissão, para analisar todas as possibilidades de manutenção do seu pólo, em Miranda do Douro, o qual, a partir do próximo ano lectivo, já não vai receber novos estudantes.

O objectivo é “esgotar todos os meios, para conseguir alternativas viáveis”, a fim de que aquele pólo da UTAD não feche, segundo explicou Armando Mascarenhas Ferreira, Reitor da academia transmontana, adiantando que, nesta comissão, estará representada a autarquia de Miranda, através do seu Presidente, Manuel Rodrigo Martins que, no entanto, se mostrou muito apreensivo com o futuro do Ensino Superior no seu concelho. “A população de Miranda do Douro criou muitas expectativas à volta da Universidade”, sublinhou o autarca, defendendo que os munícipes não podem sair defraudados.

O edil explicou que, desde que a UTAD abriu o seu pólo, há cerca de oito anos, a construção cresceu 10 por cento, em Miranda do Douro, fazendo com que o concelho fosse um dos que registou um menor “decréscimo populacional”.

“Esta decisão não foi a melhor, para Miranda”, concluiu o autarca.

No final do Senado, também Bruno Gonçalves, Presidente da Associação Académica da UTAD, se mostrou pessimista, relativamente ao futuro do pólo mirandês, classificando a transferência do primeiro ano de Serviço Social para Vila Real como uma “morte lenta” para o pólo, já que isso significa que, “dentro de dois a três anos, acabe o curso, em Miranda”.

No entanto, o Reitor da universidade transmontana explicou que, durante um ano, a Comissão irá estudar todas as possibilidades de dinamização daquela extensão da UTAD, hipóteses que podem passar pela realização dos cursos do Segundo Ciclo, pela realização de seminários ou congressos, desenvolvimento de projectos de investigação, principalmente na área do Ambiente, ou, mesmo, através de parcerias com a Universidade de Salamanca, através do seu pólo de Zamora.

Já o pólo de Chaves que também corria o risco de encerrar as suas portas, devido à redução do número de alunos e aos cortes orçamentais da UTAD, tem o seu futuro “garantido”, mantendo-se, ainda, a intenção de integrar, na Academia, a Escola Superior de Enfermagem local.

O Reitor explicou que a integração da Escola de Enfermagem vai permitir o desenvolvimento do Ensino Superior, em Chaves. No entanto, adiantou que se tal não se concretizar, se estudarão as possibilidades de se concretizar parcerias público-privadas e mesmo, à semelhança de Miranda do Douro, de se criar parcerias com Universidades espanholas.

João Batista, Presidente da Câmara Municipal de Chaves, explicou que irão manter-se, no concelho flaviense, os cursos de Recreação, Lazer e Turismo e de Animação Sociocultural, adiantando que “não se coloca de parte a perspectiva de ampliação do pólo”, tendo em conta a conjuntura de atractividade daquele concelho, com a construção de mais e melhores acessibilidades e o desenvolvimento empresarial.

No Senado, foi ainda estabelecido que o valor da propina será o mesmo, no Primeiro e Segundo Ciclos de Ensino (no caso das licenciaturas adaptadas ao processo de Bolonha), mantendo-se os 920 euros e a possibilidade de pagamento em cinco prestações.

 

Maria Meireles

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