Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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CHNE reitera: “Urgência médico-cirúrgica não vai encerrar”

O director clínico questiona os motivos que “movem” José Silvano, garantindo que não compactua com “encenações de natureza política”. O autarca questiona a seriedade do director clínico e mantém a preocupação que levou a questão às barras do tribunal. Em jogo está a urgência médico-cirúrgica de Mirandela. Vai ou não encerrar? O Centro Hospitalar garante que não, mas o autarca recorda que, dentro dos parâmetros previstos no decreto-lei que a criou, nem está a funcionar

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Na sequência das declarações públicas do presidente da Câmara Municipal de Mirandela, José Silvano, que avançou mesmo com uma acção judicial contra o Ministério da Saúde, o director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), Sampaio da Veiga, veio desmentir, no dia 12, em conferência de imprensa, “a possibilidade de qualquer encerramento”.

“Não sei quais as razões que levam o autarca de Mirandela a produzir tais afirmações”, revelou o mesmo responsável médico, deixando a garantia daquilo que move o CHNE: “dar aos cidadãos do Nordeste a maior segurança numa prestação de cuidados de saúde cada vez de melhor qualidade e mais diferenciada.

Mais, Sampaio da Veiga garante que os factos têm sido “distorcidos” e que, “injustificadamente, têm criado instabilidade e o sentimento de insegurança nas populações”.

“A unidade de Mirandela, à semelhança das de Bragança e Macedo, não pertence aos autarcas ou as autarquias onde estão instaladas. Os hospitais pertencem a toda a população do Nordeste, independentemente do lugar onde vivem. Pertencem a cada uma das autarquias em particular e a todas no geral”, defendeu o director clínico do CHNE.

Sampaio da Veiga lamentou que não tenha havido “qualquer contacto com o Centro Hospitalar por parte do autarca que tem vindo a fazer as declarações (José Silvano)”, o que deveria acontecer caso “houvesse uma verdadeira preocupação com os cidadãos do Nordeste”. “Não compactuamos com encenações políticas”, garantiu.

De recordar que, na última sexta-feira, o autarca interpôs, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, uma acção judicial contra o Ministério da Saúde por incumprimento do protocolo estabelecido aquando da reorganização das urgências.

José Silvano denuncia que, em três anos, o hospital daquela localidade já perdeu metade das valências que deviam constituir essa urgência médico-cirúrgica, tendo a situação sido agora despoletada pelo seu encerramento temporário diário, entre as 14h00 e as 24h00, nos meses de Julho e Setembro, devido à falta de médicos durante o período de férias.

Apesar das alegações do autarca, o director clínico do CHNE, que integra a unidade de Mirandela, sublinhou que o protocolo está a ser cumprido e que “não houve perda de capacidade nem de competências” da urgência médico-cirúrgica daquele hospital.

José Silvano returque o director clínico citando o decreto-lei que criou o serviço, que indica que este deve ter “medicina interna, cirurgia geral, ortopedia, anestesiologia, cardiologia, neurologia, oftalmologia, urologia, unidade de cuidados intensivos polivalente, bloco operatório 24 horas, imuno-hemoterapia, diálise para situações agudas, imagiologia e patologia clínica”. “Quantas destas especialidades estão a funcionar?”, questiona o autarca, justificando assim o porquê da denúncia feita.

Por seu lado, o director clínico frisa que os serviços que estão a funcionar em pleno e que trouxeram mais-valias para aquela unidade, como o Centro de Operações de Ambulatório, hoje considerado um dos melhores do país, tendo sido responsável, só no ano passado, por mais de 3000 intervenções.

Sampaio da Veiga sublinhou ainda a qualidade do serviço de urgência pré-hospitalar, nomeadamente a existência no Nordeste de um helicóptero, que, no seu género, é um dos mais equipados do mundo, e a existência de duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação. “Neste momento, o Nordeste, em termos de urgência pré-hospitalar, é das regiões do país que tem mais unidades de resposta rápida. Todos os concelhos estão agora a uma pequena distância para que os doentes graves possam ser transportados para as unidades de saúde locais, ou para outras fora da região”, garantiu.

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