Trinta anos depois do último comboio ter apitado na Linha do Corgo, algumas autarquias, através de protocolos elaborados com a Rede Ferroviária Nacional, estão a reabilitar as plataformas onde estavam assentes os carris, para servirem como ciclovia. As autarquias de Vila Pouca de Aguiar e Chaves estão na frente neste processo, enquanto Vila Real (por alegadas opções e prioridades de investimento) ainda não avançou com qualquer obra no terreno.
Em Chaves, o projecto vai mesmo concretizar-se e o presidente da Câmara de Chaves, João Baptista, garantiu, ao Nosso Jornal, que as obras entre Chaves e Vidago vão ser realizadas. “Neste momento, Vila Pouca de Aguiar já tem trabalho feito no antigo troço da via-férrea do Corgo, mas nós também vamos apostar na ciclovia. A linha na zona de Curalha estava traçada com uma travessia do rio Tâmega para a margem direita, mas nós vamos continuar o seu prolongamento na mesma margem para depois a entroncar na zona do Polis. Ao mesmo tempo, vamos fazer uma derivação até à Quinta do Rebentão, voltando a seguir junto ao rio Tâmega, unindo-se depois ao troço até Verin”. Os trabalhos passarão pela adequação do antigo canal ferroviário às novas funcionalidades com a dotação das referidas infra-estruturas de apoio.
Entretanto, segundo João Baptista para a distância Chaves – Vidago – Vila Pouca, o município aguarda apoio financeiro no âmbito das compensações do acordo com a Iberdrola relativamente às barragens.
Recorde-se que, as Câmaras Municipais de Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real assumiram desenvolver a maior ciclovia do país, ao longo da antiga ferrovia que liga Chaves a Vila Real, passando designadamente por Vidago, Pedras Salgadas e Vila Pouca de Aguiar. O espaço do canal permitiria desenvolver um corredor pedonal e velocipédico ao longo do seu curso. Dos municípios envolvidos, o de Vila Real ainda não avançou com qualquer obra. Na altura da apresentação do projecto, a ideia passava por transmitir os usos e costumes tradicionais e a inserção geográfica das várias estações e apeadeiros. Assim, o tema “O Alto Tâmega e Barroso” abrange as estações de Chaves e Fonte Nova; a “Paisagem natural e humana do Alto Tâmega” serve de mote para as estações do Tâmega e Vilela do Tâmega; “Águas do Alto Tâmega” diz respeito a Vilarinho das Paranheiras, Campilho, Vidago, Salus, Oura e Loivos; “Termas do Alto Tâmega” identifica Sabroso e Pedras Salgadas; “Ervas medicinais e aromáticas e medicinas tradicionais e naturais do Alto Tâmega” nas estações de Nuzedo e Vila Pouca de Aguiar. Por sua vez, o tema “As romarias, festas e feiras em volta da Linha do Corgo” refere–se às estações de Parada de Aguiar e Zimão; “Gastronomia ao longo da linha do Corgo” será a temática do apeadeiro de Tourencinho e estações de Samardã e Fortunho. E, por fim, “Os rios da linha do Corgo” dá a conhecer ao turista o percurso da ciclovia entre as estações de Abambres e Vila Real.