Os comboios históricos a vapor, na Linha do Corgo, mais uma vez, estarão ausentes na campanha deste ano. É o segundo ano consecutivo que tal acontece. A velha locomotiva a carvão Enschel E-214, de 1923, não volta à via estreita da única linha vinhateira cujo traçado está em Património da Unesco.
Esta máquina foi recuperada nas oficinas de Guifões (Maia) e custou vários milhares de euros. A locomotiva parada foi a última a sair da circulação ferroviária e é uma raridade, a nível mundial. Regressou aos carris estreitos, em 2000, e, ao fim de cinco anos , voltou a ficar inerte.
Ao que apurámos, junto de uma fonte da CP, “a circulação da locomotiva implica a criação de algumas infra-estruturas de apoio, nomeadamente a criação de pontos de água, ao longo dos vinte e cinco quilómetros de via, ou, mesmo, a colocação de um vagão cisterna, a exemplo do que existe, no Douro, o que, em termos técnicos e dada a sinuosidade do troço, não é muito viável”. Por outro lado, “também a procura pela utilização do vapor não é muito grande”.
Segundo a CP, o comboio histórico, na via-férrea do Corgo, só estará entregue à máquina Alsthom, de tracção diesel, construída, em 1975, e três carruagens históricas. Nestas viagens, efectuadas, expressamente, a pedido, o comboio histórico ficará inteiramente afecto ao operador. Neste momento, o troço afecto ao comboio histórico da Linha do Corgo contempla a passagem pelos apeadeiros do Corgo, Tanha e Cruzeiro e pelas estações de Alvações do Tanha, Povoação e Carrazedo.
Saliente-se que o projecto dos Comboios Históricos do Douro foi iniciado, em 1999, extensivo à Linha do Douro, entre a Régua e o Tua. A locomotiva E-214 encontra-se estacionada, neste momento, na estação de Peso da Régua, à espera de carvão e água, para voltar a andar.
Almeida Cardoso