Domingo, 12 de Janeiro de 2025
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Comboio Histórico pode ter os dias contados

Face ao balanço financeiro negativo inerente à sua realização e a inexistência de apoio efectivos, a CP está a ponderar terminar com o Comboio Histórico no Douro, um serviço que, durante o Verão, leva centenas de pessoas a percorrerem a paisagem classificada pela UNESCO como Património da Humanidade a bordo da carismática Locomotiva a Vapor, “numa verdadeira viagem no tempo”.

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Segundo Ana Maria Portela, do gabinete de Relações Institucionais e Comunicação da CP, este ano, nos sábados entre os dias 23 de Julho a 1 de Outubro, as cinco carruagens que compõe o Comboio Histórico, que faz o trajecto da Linha do Douro entre a estação da Régua à Estação do Tua, transportaram 2270 passageiros. “Tivemos uma média de 206 passageiros por comboio realizado (a capacidade total é de 250), tendo havido quatro sábados com capacidade esgotada e clientes que já não puderam viajar. Em 2010, viajaram 1639 clientes, com uma média de 149 por comboio”, contabilizou.

Apesar do aumento da procura, o cenário do serviço continua muito negativo, representando mesmo um prejuízo de 60.000 euros para a empresa que, só este ano, teve que despender mais de 150.000 euros para garantir aquele serviço turístico.

“O resultado de exploração é negativo embora tenha apresentado uma significativa melhoria em 2011 por comparação a 2010 (cerca de 110.000 euros negativos), o que se deve a um enorme esforço que a empresa tem desenvolvido no sentido de procurar reduzir os custos associados, sem prejudicar a qualidade e atractividade do produto”, explica a mesma responsável.

De sublinhar que, o custo envolvido no serviço do Comboio Histórico, que “a CP suporta na totalidade”, “não se reduz apenas à operação de realização do comboio, inclui também a necessidade anual de um investimento significativo de preparação do material circulante para cada campanha”, sendo ainda certo que “a locomotiva a vapor, dadas as suas características, tem que ser objecto todos os anos de uma intervenção de fundo”.

“Efectivamente, perante este cenário, a continuidade do produto está em causa”, adianta Ana Portela, deixando assim a certeza de que, “caso não exista possibilidade de o viabilizar, quer através de parcerias com instituições ligadas ao Turismo do Douro, quer através de entidades privadas, a CP não poderá continuar a suportar os prejuízos que dele decorrem”.

A empresa lembra que “não é possível nem racional do ponto de vista da gestão, num cenário de redução de oferta a nível nacional de serviços de transporte às populações, suportar este nível de prejuízos num produto que não pode ser considerado como essencial à actividade da empresa”.

 

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