Cerca de duas dezenas de Confrarias, de norte a sul do país, marcaram presença num encontro que, dinamizado pela Rota do Vinho Porto (RVP), no âmbito da programação da Festa das Vindimas 2009, teve como objectivo debater a importância dessas organizações na divulgação dos produtos regionais.
“Não basta criar uma confraria, é preciso que esta faça o seu papel de divulgar a sua região, os seus vinhos, a sua gastronomia”, explicou José Tojeiro, da Confraria de Enófilos da Região Demarcada do Douro e um dos participantes do encontro que juntou confrarias tão variadas como a do espumante, do queijo da serra da Estrela, do chá ou da pedra, entre outras.
Segundo o mesmo responsável, as confrarias podem ser, de facto, “o principal veículo de divulgação da imagem da região”, mas, para isso, devem unir-se e promover acções conjuntas para a promoção das suas regiões e de todo o país. É com esse objectivo que, segundo José Tojeiro, a Confraria do Enófilos da Região Demarcada, que conta com cerca de 130 confrades efectivos e outros tantos honorários, tem já programado no seu plano de actividades para 2010, altura em que comemorará o seu 20º aniversário, um encontro nacional.
Com 14 anos de história e cerca de três centenas de confrades, também a Confraria dos Enófilos e Gastronómicos de Trás-os-Montes e Alto Douro se fez representar no encontro. “Além da troca de experiências, estes encontros servem para dar a conhecer o Douro a pessoas de todo o país”, defendeu António Monteiro, da confraria transmontana.
“Os confrades têm obrigação, através do espírito de confraria, de fazer a divulgação dos seus produtos, da sua região”, sublinhou o mesmo responsável, revelando que esse objectivo pode concretizar-se de inúmeras formas, e também através dos gestos mais simples.
Também Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, é confrade. “Pertenço a quatro confrarias. Ser confrade é aderir ao desafio de fazer viver um conjunto de tradições. É ajudar a manter saberes e sabores, a montar uma rede que pode ajudar a afirmar o território da confraria em causa. Tenho muito gosto em ser confrade”, testemunhou.
O Chefe de Missão sublinhou ainda o importante papel da iniciativa da RVP na sua vertente de divulgação da região através de quem nos visita, já que veio ajudar a “abrir o Douro ao exterior”. “Tudo isto ajuda a afirmar o Douro enquanto destino turístico. A economia regional e local fica a ganhar”, defendeu Ricardo Magalhães.
Fazendo um primeiro balanço muito positivo sobre as actividades desenvolvidas no âmbito do Plano de Programação e Animação do Douro, o responsável político adianta que ainda há muitas actividades na calha, actividades que, ao contrário do que muitos teimam em defender, não são um simples desperdiçar de erário público, mas sim “esforço sério de promoção, que no caso do Douro é a primeira vez que acontece”. “Este esforço é básico porque a região tem que ganhar notoriedade para atrair mais turistas”, sublinhou.
O encontro de confrarias faz parte de um programa mais vasto desenvolvido pela RVP no âmbito da Festa das Vindimas 2009, um projecto que contou com o apoio financeiro do Quadro de Referência Estratégico Nacional e que tem agendadas outras actividades, como os Laboratórios de Sabores, cujas próximas sessões decorrerão nos dias 26 de Setembro, e 3 de Outubro, pelas 17h00, no Solar do Vinho do Porto, bem como a iniciativa “Abrem-se as portas no Douro” que, a realizar-se nos dias 26 e 27, vai permitir que os participantes conheçam por dentro várias quintas vitivinícolas da região.
“A época das vindimas é a nossa época alta”, frisou António José Teixeira, presidente da RVP, defendendo no entanto que esta temporada “se alargue para outros tipos de vindima, durante todo o ano, desenvolvendo outros motivos de interesse adicionais” para os turistas.
Entre os projectos que o Instituto tem ‘na manga’, o presidente da RVP adiantou a realização de uma acção que, denominada “Douro 24 horas”, vai decorrer em Novembro e envolverá “muitas instituições, desde os associados da RVP, aos lagares de azeite, alambiques tradicionais, espaços de animação e restaurantes”.
