Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Confusão e polémica nos instantes finais do jogo

A tarde prometia, com muito sol e muitos adeptos no Monte da Forca para assistir ao jogo entre o primeiro classificado (Oliveirense) e um dos últimos (Vila Real). Até ao minuto 94’, tudo correu dentro da normalidade, mas uma má decisão da equipa de arbitragem e o golo da Oliveirense despoletou uma onda de protestos dentro e fora do recinto desportivo. O lance que vai marcar o jogo pela negativa é uma má decisão do árbitro assistente ao deixar passar em claro um lance de fora-de-jogo que vai originar o pontapé de canto. Na sequência deste, há um jogador da Oliveirense que carrega o guarda-redes Gamito na pequena área, o árbitro nada vê e a bola sobra para o guarda-redes Rui Forte que atira para a baliza vila-realense, fazendo o golo da igualdade, decorria o minuto 94.

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A partir deste lance, Zé Monteiro foi pedir explicações ao árbitro pelo sucedido e o porquê de ter validado o golo irregular. A confusão instalou-se no relvado e fora dele com os ânimos bastante exaltados e o árbitro acabou por cair no relvado. A Guarda Nacional Republicana, GNR, rapidamente tomou conta da situação e o árbitro decidiu que não estavam reunidas as condições para prosseguir com o encontro. Isto, quando faltavam apenas dois minutos para o final do tempo de compensação de seis minutos que o árbitro concedeu. A GNR pediu reforços que escoltaram a saída da equipa de arbitragem do Monte da Forca rumo à cidade do Porto, isto cerca de uma hora e meia depois do jogo ter terminado.

Quanto ao jogo de futebol, cuja bilheteira reverteu a favor do jogador Ernesto, foi uma partida com muita emoção e momentos de bom futebol. Logo no segundo minuto do jogo, o Vila Real chega ao golo. Há um livre cobrado por André Lisboa, que levanta a bola ao primeiro poste, onde aparece Peixoto, de primeira, a rematar para o fundo das redes. Esperava-se uma reacção dos líderes da tabela, mas essa surgiu muito ténue e só à passagem dos 16 minutos surge o primeiro remate, que sai por cima da trave. Muito pouco para uma equipa que tem outras aspirações no campeonato. Ainda no decorrer da 1.ª parte, os alvi-negros vão ter uma oportunidade soberana para aumentarem a vantagem, mas Castanha atira, de cabeça, ao ferro da baliza à guarda de Rui Forte.

Ao intervalo, os técnicos mexeram nas equipas. Luís Pimentel teve que fazer uma alteração forçada com a lesão de Norberto, entrando para o seu lugar Zé Monteiro. Já o técnico da Oliveirense, não gostava do que via no terreno e colocou Fidalgo no lugar do apagado Leal.

A Oliveirense, como lhe competia, veio à procura da igualdade, mas o seu jogo era sempre através de bolas bombeadas para as costas da defesa transmontana. Foram ganhando faltas atrás de faltas, muitas delas, inexplicáveis e que só o árbitro as via. E assim, aos poucos, foram chegando junto da baliza de Gamito que esteve irrepreensível entre os postes.

Aos 74’, o Vila Real ainda teve uma grande ocasião para ‘matar’ o jogo, mas Nuno Meia isolado perante Rui Forte não consegue desfeitear o ‘forte’ Rui. Muito perdulário o jovem criativo alvi-negro.

A Oliveirense vai ter a melhor oportunidade já em período de compensação, numa excelente jogada pela direita, a bola é colocada em João que atira, de cabeça, com estrondo ao poste. Depois, aconteceu o lance que originou toda a confusão já relatada no início desta reportagem.

Num jogo que tinha tudo para ser perfeito, aparecem estes senhores vestidos ‘à canário’ para estragar a festa do futebol. Esta não é a primeira vez que o árbitro assume o protagonismo no jogo, mas já está na hora de haver isenção por parte dos designados ‘juízes de jogo’.

 

 

 

 

 

Luís Pimentel, treinador do Vila Real

“Sentimo-nos roubados e espoliados”

Luís Pimentel estava visivelmente agastado com o trabalho da equipa de arbitragem e relatou a sua indignação à nossa reportagem.

“Foi um golo completamente irregular da Oliveirense, com dois jogadores a carregarem o Gamito na pequena área e o árbitro a deixar seguir. Depois, ainda há o golo com a ajuda da mão. Num jogo em que fomos claramente superiores e que dominamos o adversário. Este, só chegava com perigo à nossa área através de lances de bola parada, de faltas inexistentes que o fiscal de linha assinalava e o árbitro acedida sempre. O árbitro tentou sempre empurrar a nossa equipa para trás, marcando faltas onde não existiam e exibindo cartões apenas aos nossos jogadores. Foi uma dualidade de critérios gritante que nos penalizou ao longo de todo o jogo. Sentimo-nos roubados e espoliados, depois de todo o esforço e trabalho que fizemos em campo. Vencer ao primeiro classificado era o resultado justo e não merecíamos ter uma arbitragem escandalosa que nos roubou claramente dois pontos”.

Relativamente à parte final, onde o técnico se exaltou com o árbitro da partida, Luís Pimentel refere que apenas se dirigiu a Rui Oliveira a perguntar “porque o jogo não prosseguia”, se estavam reunidas todas as condições para o jogo continuar. “Apenas lhe perguntei o porquê de o jogo não continuar, ele insultou-me e a partir daí perdi ‘um pouco’ a cabeça, mas perante aquela situação, qualquer ser humano reagiria daquela forma”.

 

Mário Jorge, treinador da Oliveirense

“Não percebo toda esta confusão final”

O treinador da Oliveirense desmarcou-se de toda a polémica do final do jogo e referiu que o objectivo da equipa passa por ficar já nos seis primeiros lugares.

“Sinceramente não entendo todo este alarido no final do jogo. Não vejo qualquer falta no lance do golo marcado pelo nosso guarda-redes. Estamos no século XXI, o futebol é muito bonito e isto não é futebol. Fomos uma equipa que não complicamos absolutamente nada, tentámos jogar o jogo pelo jogo e não percebo toda esta confusão final. Só vejo uma grande infelicidade do Vila Real em sofrer o golo último minuto, como nós já sofremos em outros jogos. O que tentámos fazer foi ir à procura do resultado e não pactuamos com este tipo de situações e a verdade tem que vir ao de cima. O que aconteceu aqui, hoje, é vergonhoso para o futebol. Não temos nada a ver com os problemas das outras pessoas, somos sérios e gostamos de ser sérios. Não somos do Porto, somos de Famalicão, de uma freguesia muito pequena que se honra em estar no futebol da maneira como estamos”.

 

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca

Árbitro: Rui Oliveira

Auxiliares: Célio Marques e Diogo Cancela

VILA REAL – Gamito, Leirós, Ernesto, Nuno Fredy, Peixoto, Norberto (Zé Monteiro, 45’), Castanha, Luís Carlos, Moura (Pedro, 66’), Nuno Meia (Filipe, 92’), André Lisboa.

Suplentes não utilizados: Ivo, Conceição, Fred e Miguel.

Treinador: Luís Pimentel

OLIVEIRENSE – Rui Forte, Luís Miguel, João Duarte, China, Nuno Cavaleiro, Meira, João Cruz, Carvalhinho (Alexandre, 77’), Leal (Pedro Fidalgo, 45’), Arturzinho, Paulinho (Daniel, 77’).

Suplentes não utilizados: Vila Cova, Costa, Nuno e Xavi.

Treinador: Mário Jorge.

Cartões Amarelos: China (35’), André Lisboa (45’), Pedro Fidalgo (45’), Nuno Cavalinho (45’), Luís Carlos (58’), Ernesto (61’), Leirós (89’).

Cartão Vermelho: Castanha (90’).

Ao intervalo: 1 – 0

Marcadores: Peixoto (2’), Rui Forte (94’).

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