Para além desta medida, a empresa, que produz componentes para automóveis, colocou alguns colaboradores em regime de teletrabalho e outros estão em casa a tomar conta dos filhos.
Em comunicado enviado à VTM, fonte da Continental disse que têm várias funcionárias de limpeza alocadas à higienização das superfícies comuns de toda a fábrica, como puxadores, corrimões ou secretárias”, além de ter um enfermeiro diariamente na fábrica que “faz auditorias ao plano de contingência e sensibiliza para o cumprimento das regras”.
Entre outras medidas, acrescenta que foi realizado um plano de contingência para a utilização da cantina e das áreas comuns, com a “restrição de as pessoas se sentarem a um metro de distância, e as superfícies estão a ser higienizadas regularmente”. Foram feitos “novos horários de pausas e refeições para evitar aglomerados na cantina”, acrescentando que os funcionários da cantina “utilizam luvas e máscara”.
Recorde-se que na semana passada, alguns funcionários da empresa mostram-se “muito apreensivos e inseguros” sobre as condições de trabalho na área da produção.
Em declarações à VTM, um dos funcionários, que pediu anonimato, revelou que a empresa informou que “vão tentar manter a produção” durante o maior tempo possível. No entanto, há vários empregados que não se sentem seguros em trabalhar tão próximos uns dos outros. “Estou a trabalhar num espaço com menos de um metro quadrado, onde estamos cinco pessoas, portanto, não é respeitado o distanciamento necessário, o que me deixa muito inseguro no meu local de trabalho”, contou.
Este profissional diz não compreender porque motivo as chefias não estão na empresa e lamenta que as medidas adotadas não sejam suficientes. “Muitas vezes, chego para fazer o meu turno e nem tenho desinfetante para lavar as mãos”, revela, adiantando que “há vários funcionários que estiveram em países de risco, como França ou Malta, e continuam a ir trabalhar, sem saber se estão ou não com o vírus”.
Um outro colaborador, que também não se quis identificar, confirmou que a distância entre as pessoas que trabalham na produção “não está a ser cumprida”, no entanto referiu que outro grande problema “é quando se deslocam para a cantina ou para o tempo da pausa”, onde têm de proceder “à identificação com os pés”. “Forma-se uma fila e parecemos sardinhas enlatadas”, lamenta, adiantando que quando alguém tosse, “ficam todos em pânico”.
Apesar do receio em falar abertamente sobre o assunto, o certo é que muitos funcionários “não se sentem seguros” e defendem que a fábrica deveria “encerrar durante algum tempo por precaução e em defesa da saúde dos seus trabalhadores”.■