Com menos cerca de 100 mil euros de investimento relativamente ao ano anterior, já estão a decorrer em pleno as Festas de Nossa Senhora dos Remédios, um certame que, a decorrer até ao próximo dia nove, espera receber cerca de 100 mil pessoas e ser, mais uma vez, um balão de oxigénio para a economia local.
“Esta é uma das principais feiras da nossa região e do país. Tem prestígio nacional e internacional”, sublinhou o secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques, que acompanhou, no dia 25, o arranque da semana de festa lamecense.
O mesmo responsável político lembrou ainda que as feiras e romarias que se realizam um pouco por todo o país representam “sempre uma oportunidade de negócio” para os pequenos comerciantes de produtos locais e para os artesãos, uma vez que “é um momento de aproximação às pessoas”.
Alexandre Fandino, que há anos se dedica à olaria decorativa, corrobora com a ideia e, apesar de ainda a festa estar no início, contou ao Nosso Jornal que espera ver muita gente na romaria. “Há muitos anos que faço esta feira, e espero que mais uma vez venha muita gente”, sublinhou o artesão, referindo que “há sempre esperança de vender” de vender muito, embora considere que o mais importante é mostrar a sua arte, os seus presépios e Cristos, cruzes e santos, todos ‘tocados’ pelo Douro através da ornamentação com folhas de videira, uvas ou outros elementos representativos da região.
Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, contabilizou ao Nosso Jornal que, ao longo dos vários dias daquela que é “a maior romaria de Portugal”, são esperadas mais de cem mil pessoas. “Esta é uma altura em que, por excelência, devido à época de vindimas, a região se enche. A realização de outras festas e romarias que se fazem por toda a parte são também um estímulo”, reconhece o autarca sobre o número de pessoas que são esperadas no certame.
Revelando ainda que a autarquia fez este ano um esforço maior ao nível da divulgação, fazendo a apresentação das Festas em Santiago do Compostela, Francisco Lopes explicou que é certo que “muitos comerciantes aguardam ansiosamente pela chegada das festas para que a sua caixa registadora possa compensar um pouco o que, ao longo do ano, por força da crise, e da sazonalidade do turismo, não se verifica”.
No que diz respeito ao investimento exigido aos cofres do município, o edil refere que o orçamento previsto para este ano ascenderá os 200 mil euros, fincando muito abaixo do investimento feito em anos anteriores, nomeadamente no ano passado, altura em que forma gastos 300 mil.
“Nós temos procurado ter uma contenção, quer no programa de animação, onde o peso primordial é dos artistas, quer ao nível da iluminação festiva, que já sofreu reduções em anos anteriores”, referiu Francisco Lopes sobre a receita para poupança, uma medida que também foi conseguida com a redução do orçamento para o fogo-de-artifício, que no entanto não irá perder a grandiosidade, beneficiando a autarquia do facto de existirem “empresários locais que se dedicam a esta actividade e que têm, por isso, o brio de, por pouco dinheiro, fazer um trabalho de grande qualidade”.
Ainda a festa está a meio, mas a autarquia já avança com projectos para a edição de 2012, sendo de realçar que será “reavaliada” a ocupação do espaço. “Temos dois tipos de expositores, os do artesanato e produtos regionais, que estão instalados em stands disponibilizados pela Câmara, e cerca de duas centenas de feirantes”, contabilizou o autarca, referindo que, “no âmbito do Programa de Regeneração Urbana”, a autarquia irá arrumar” a área onde decorrem as festas, para receber melhor as milhares de pessoas que visitam a cidade nessa altura.
A decorrer desde o dia 25, as Festas de Lamego decorrem até ao dia nove, tendo o “seu apogeu com a devoção mariana à Nossa Senhora dos Remédios com a majestosa Procissão do Triunfo”, no dia 8.