Apesar do desagrado da população de Poaires, que ameaçava não deixar as suas crianças irem para a nova infra-estrutura escolar no primeiro dia de aulas, os dois centros escolares reguenses abriram, dia 16, sem problemas, com as cerca de 900 crianças do primeiro ano do ensino básico do concelho a inaugurar as 44 novas salas de aulas.
Contando com um investimento total de 6,5 milhões de euros, os dois centros escolares representam “um salto qualitativo de 20 ou 30 anos na educação”, sublinhou Nuno Gonçalves, presidente da Câmara Municipal da Régua, referindo que estão agora garantidas as melhores condições de ensino, mas, mais importante, “estão garantidas as mesmas condições para todas as crianças”.
O autarca explicou que, além da qualidade das instalações, as crianças vão ter acesso aos melhores serviços ao nível de alimentação e transportes, sendo que, neste último aspecto, o município preparou uma frota de dez viaturas para fazer o transporte directo, a partir de todas as freguesias, dos alunos do primeiro ciclo do ensino básico. Para integrar a frota foram adquiridos seis novos autocarros, que custaram 900 mil euros, e que se juntaram aos dois autocarros e dois veículos de nove lugares que já eram propriedade do município.
“A abertura destes dois centros escolares coincide com o fim do processo de reorganização do parque escolar do ensino básico, que eu penso que é extremamente positivo para a educação das nossas crianças”, referiu Nuno Gonçalves.
Apesar de reconhecer que se tratou de um processo “violento” sob o ponto de vista das mudanças que implicou, o mesmo responsável político garante estar de “consciência tranquila”.
Ao nível da contestação dos pais e encarregados de educação relativamente ao encerramento das escolas, um total de 11 este ano, apenas se previa a manifestação da população de Poiares, que chegou mesmo a ameaçar que não deixaria as suas crianças irem às aulas no dia do arranque do ano lectivo, o que acabou por não se verificar.
“Compreendo bem os pais, as suas angústias, as suas preocupações. Mas temos a certeza que fizemos o melhor”, defendeu o autarca, mostrando-se convencido de que, com o passar do tempo, os pais vão concordar com as opções tomadas.
Paulo Cardoso, director do Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia, lembra que a comunidade escolar tinha “expectativas muito elevadas” para os dois centros escolares, expectativas essas que foram “ultrapassadas”. “Melhor era quase impossível”, sublinhou mesmo o director do agrupamento.
“O Alameda Centro Escolar é composto por dois corpos principais. O primeiro, paralelo à linha–férrea, tem dois pisos e centra os espaços de ensino, com a distinção necessária entre o espaço destinado à EB1 e ao Jardim-de-infância. No total, dispõe de 22 salas de aula. O segundo, em forma de “L” e só com um piso, corresponde aos espaços de apoio geral relacionados com o pessoal não docente, refeitório/sala polivalente e desporto. No corpo de ligação fica a biblioteca, dinamizada em rede com as restantes bibliotecas escolares e com a Biblioteca Municipal. No exterior, as crianças usufruirão de um polidesportivo que, no intuito de ser amplamente rentabilizado, estará disponível para a sociedade em geral, no período pós-horário lectivo”, refere a autarquia sobre o novo equipamento localizado no coração da cidade, mais exactamente junto ao Hospital D. Luiz.
No que diz respeito ao Alagoas Centro Escolar, dotado com 22 salas de aula, “dispõe de biblioteca, sala de informática, ginásio, polidesportivo, recreio e cantina. O corpo principal contempla os espaços de ensino e de apoio ao funcionamento da escola. A partir do ginásio, faz-se ligação com o polidesportivo já existente. No centro localiza-se a zona de recreio”.
As duas novas infra-estruturas, que vão receber cerca de 900 alunos, somam um investimento na ordem dos 6,5 milhões de euros, 80 por cento dos quais provenientes de fundos europeus.