A prova, também conhecida como a “Corrida dos 4 Castelos” arranca dia 2 de outubro, às 7 horas da manhã, no Castelo de Melgaço. Vai passar pelo Castro Laboreiro, pelo Castro de Lindoso, em Ponte da Barca e termina no Castelo de Montalegre. O percurso tem 160 quilómetros que terão que ser percorridos em 50 horas, no máximo.
Na lista de participantes está Nuno Monteiro de 32 anos, bombeiro na corporação de Salvação Pública de Chaves, elemento da Equipa de Intervenção Permanente.
Correu meias maratonas, mas percebeu que, para se desafiar, preferia percursos mais longos. Durante os sete anos de vida militar participou em vários exercícios internacionais, inclusive no Kosovo, onde esteve em missão, e começou a ganhar o gosto “por desafios que me levassem ao limite”. Depois de vários meses de treino decidiu inscrever-se na TransPeneda-Gerês.
“Achei que estava no momento ideia para enfrentar este desafio”, referiu dizendo que o objetivo é “primeiro, terminar, sem lesões e, segundo, terminar em menos de 30 horas”.
A pouco mais de uma semana para a prova, o bombeiro está ansioso, mas sente-se preparado fisicamente e psicologicamente para se aventurar pelos 160 quilómetros que terá pela frente.
“Sempre enfrentei desafios duros e sempre consegui superá-los”.
Este não será exceção até porque Nuno Monteiro tem como “treinador” o experiente ultramaratonista João Oliveira e presidente do clube que integra, Chaves Running Team.
Quem também tem ajudado o atleta é o comandante da corporação flaviense. José Carlos Silva é apologista de que “devemos testar os nossos limites e tentar superar-nos” e vê no seu operacional, “capacidade física e mental” para atingir os seus objetivos na prova.
“Tenho feito alguns treinos com ele e sim, tem capacidade e conseguirá atingir o que quer na prova”.
A “vontade” e “qualidade”, reconhecidas pelo seu comandante, para ser atleta são de tal forma evidentes que, se no início lhe chamavam “maluco” e lhe diziam “qualquer dia dás o estoiro”, os colegas de quartel e, principalmente de equipa já o apoiam e ganhar também o “bichinho” pela corrida.
“Alguns eram pessoas que quase não treinavam e, desde que eu estou na equipa, todos eles correm e querem também superar-se nos quilómetros que fazem”, disse Nuno Monteiro, acrescentando que a preparação física influencia muito a sua prestação como bombeiro. “Todos os bombeiros deviam ter bastante capacidade física para combater os incêndios florestais ou outro tipo de ocorrências para ajudar o próximo e salvar vidas. É um bem essencial e ajuda muito mentalmente no dia-a-dia”.