“Fazemos a manutenção possível, mas a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Castedo precisa de uma intervenção de raiz”, explicou José Paredes, vereador da Câmara Municipal de Alijó responsável pelo pelouro do ambiente, quando confrontado com a denúncia de que esgotos correm a céu aberto para um ribeiro daquela localidade.
A denúncia chegou à VTM pela voz de Artur Machado, um morador da União de Freguesias de Castedo e Cotas, que comprovou o atentado ambiental com várias fotografias recentes. “Julgo que está a despejar diretamente. Conforme o esgoto entra, assim sai para a ribeira. Pelo que eu vi a água está a sair muito suja”, testemunhou o alijoense, que se deparou com a situação há cerca de um mês, altura em que estava a fazer as vindimas num dos terrenos da família.
“O cheiro é insuportável. A descarga é feita e corre nos lameiros. Aquela zona antigamente tinha hortas, mas agora duvido que alguém consiga plantar lá alguma coisa”, lamentou Artur Machado, referindo ainda que a situação tem reflexos óbvios nas vinhas e nas árvores de fruto que ainda existem ao longo do ribeiro do Reboredo e que “estão a secar”.
Outra situação, para a qual o mesmo cidadão deixou o alerta, foi o facto do portão da ETAR estar aberto, uma situação que deixa o acesso aos tanques existentes livre a todos, mesmo crianças, colocando-se também, assim, a questão da falta de segurança da estação de tratamento.
Propriedade da Câmara Municipal, a ETAR tem problemas praticamente desde a sua construção, como garantiu o vereador do ambiente. “Essa é uma entre muitas estruturas que encontramos e que sofre de falta de qualidade na sua construção. Vamos fazendo a manutenção possível, mas a resolução do problema exige, tal como em muitos casos, um grande investimento”, lamentou, acusando o anterior executivo municipal, então liderado pelo PS, de deixar um conjunto de obras “que já nasceram com graves problemas de base”.
José Paredes adverte que serão necessários “muitos milhões de euros” para resolver os problemas de estruturas herdadas pelo anterior executivo, mas que está nos planos da autarquia, assim que possível financeiramente, avançar com a intervenção na ETAR de Castedo e em outras infraestruturas e equipamentos.
Relativamente ao portão, o mesmo responsável político lembrou que a ETAR não tem guarda permanente, por isso é um alvo fácil para o vandalismo.
Marco Rodrigues, presidente da União de Freguesias de Castedo do Douro e Cotas, confirmou que a situação não é nova e revelou que “há quatro anos” que chama a atenção para ETAR, tendo mesmo feito o alerta junto do anterior executivo municipal.