Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Deputados defendem que insatisfação se deve à má opção dos utentes

Fazer o balanço de três anos de mandato do conselho de administração do Centro Hospitalar foi o objectivo da visita dos deputados à unidade flaviense que, como defendem, apesar de poder ter alguns constrangimentos provenientes ainda do seu estado de crescimento, sofre, sobretudo, da insistência da população em não ver os Centros de Saúde como uma abordagem primária.

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“Em Chaves temos uma muito maior convergência dos cidadãos ao hospital sem passar previamente pelos cuidados permanentes dos Centros de Saúde, o que não se verifica noutras unidades do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD)”, referiu Paula Barros, deputada socialista na Assembleia da República, eleita pelo distrito de Vila Real, como uma das justificações para o excesso da procura do hospital flaviense e o consequente sentimento de insatisfação dos utentes.

Os deputados do Partido Socialista (PS), Paula Barros e José João Bianchi, visitaram a unidade hospitalar de Chaves, no dia 12, para reunir com o Conselho de Administração do CHTMAD e fazer um balanço dos três anos do primeiro mandato do Centro. “A relação entre cuidados de saúde primários e agudos preocupa-nos substancialmente”, garantiu a deputada, defendendo exactamente que o hospital de Chaves, concelho que tem “dois bons centros de saúde, com boa capacidade de resposta”, sofre de um fenómeno que não acontece nas restantes unidades” do Centro Hospitalar, a generalização nas pessoas da opção de não passarem pelos cuidados primários.

“Há aqui questões que de facto devem ser afinadas para que possamos ter uma tradução real de números em termos de evolução positiva do CHTMAD”, referiu ainda a mesma responsável política, recordando que, no final de três anos de existência, o quadrângulo de hospitais apresenta números e relatórios que “apontam para um crescimento em termos de prestação de serviço, seja nas especialidades, seja em termos de diminuição de listas de espera e aumento substancial das primeiras consultas”.

Paula Barros sublinhou que a visita teve como objectivo levar os deputados a perceberem que “constrangimentos estão a impedir que o cidadão tenha a percepção dessa melhoria em termos de atendimento”. “Há outras situações que podem estar a contribuir para esta sensação dos cidadãos em geral, mas acreditamos que com este período de construção, afinal ainda estamos a construir, essas questões poderão esbater-se gradualmente, sobretudo no reforço de algumas áreas que possam estar mais debilitadas”, esclareceu.

José João Bianchi revelou mesmo que, no que diz respeito à eficácia, à qualidade e à eficiência, “registaram–se melhorias”. “Em mais de 80 por cento dos casos, os utentes da Unidade de Chaves do CHTMAD referem como muito satisfatória a qualidade dos serviços”, frisou.

O deputado mostrou-se mesmo confiante de que a Unidade receba a certificação no âmbito de um processo de acreditação de qualidade por uma entidade exterior do Centro Hospitalar, e que deve estar concluído no final deste semestre.

De recordar que, os autarcas da Associação de Municípios do Alto Tâmega pediram uma audiência com carácter de urgência para debater com a Ministra da Saúde, Ana Jorge, a questão da insatisfação das populações com os serviços da unidade hospitalar, uma posição que esta semana foi reforçada com a divulgação de um segundo comunicado onde os presidentes de câmara recordam ao Governo que, nos últimos dias, o hospital flaviense esteve no centro das atenções nacionais através das denúncias na comunicação social da falta de médicas, da demora no atendimento e até da inexistência de macas para acomodar os utentes.

“A Associação de Municípios do Alto Tâmega decidiu manifestar mais um vez o seu descontentamento com a evolução da situação e lamentar que os responsáveis não queiram ouvir, nem ver, o que o povo vê, e que os direitos dos cidadãos do Alto Tâmega a padrões de qualidade no seu acesso à saúde, como lhe fora prometido na ainda recente reformulação dos serviços da região, tenham vindo a ser postergados”, explica o comunicado.

Relativamente às queixas dos autarcas, Paula Barros lembra que a área da saúde não deve “ser utilizada para alimentar querelas político-partidárias, ou para servir de arma de arremesso político”. “Não é essa a nossa postura. O que pretendemos é construir, pedir responsabilidades a quem tem responsabilidades e estudar as respostas e soluções. Queremos contribuir para que melhore”, concluiu.

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