Esta ocorrência poderia ter consequências trágicas não fosse a acção do maquinista do primeiro comboio que chegou ao local da derrocada, como nos contou Frederico Silva, antigo ferroviário e um dos primeiros a chegar. Ao avistar os pedregulhos na linha, o maquinista começou a gritar para que os três passageiros, que seguiam viagem, se agarrarem aos bancos, uma vez que iam bater. Ao mesmo tempo, conseguiu accionar o respectivo freio e evitar o choque, fazendo com que a máquina ficasse a cerca de dois metros do local do desmoronamento. Este comboio tinha saído, às 9h16, da estação da Régua em direcção ao Pocinho, onde deveria ter chegado às 10h36. Antes, já um outro tinha saído do Pocinho de madrugada e estava do outro lado da derrocada imobilizado.
Na mesma zona muita acidentada, a poucos metros do rio Douro, este foi o segundo acidente em cerca de três meses. Um outro quase surpreendia uma composição de mercadorias que circulava na direcção do Pocinho.
A existência de afloramentos xistosos em alguns dos seus troços é um dos problemas da linha centenária do Douro. Como se sabe o xisto é uma rocha sensível à erosão e que tem uma maior mobilidade.
Para já, não há ainda previsão sobre o restabelecimento da circulação, dado o volume de pedra a retirar e os danos causados na via. A ligação ferroviária entre a estação do Tua e o Pocinho é feita agora através de transporte rodoviário.
