A Junta de Freguesia de Justes vai entregar ao presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, um abaixo-assinado com 400 subscritores, onde exige que o seu abastecimento de água deixe de ser garantido pela Barragem do Pinhão, como acontece desde o dia seis.
“Durante dezenas de anos a freguesia de Justes teve água pura e cristalina”, recorda Óscar Monteiro, presidente da junta local, referindo que, desde que o sistema de abastecimento começou a ser garantido através da Barragem do Pinhão, a qualidade é muito má e a água não chega às torneiras.
Mal houve a ligação “demos logo conta pela cor e pelo odor da água”, referiu Óscar Monteiro, reclamando que o vapor que se faz sentir nas casas de banho e nas cozinhas é “insuportável”.
Segundo o autarca, entre os dias 7 e 12, não houve abastecimento regular, sendo que a água regressou às torneiras da freguesia na segunda-feira. Uma realidade que não durou muito já que, à hora de fecho desta edição, e desde as 11h00 de terça-feira, que a população de Justes se debatia novamente com o problema.
O autarca referiu ainda que o abaixo-assinado será entregue ao presidente da Câmara Municipal de Vila Real assim que lhe seja concedida a audiência que, embora já tenha sido pedida, ainda não foi agendada.
O Nosso Jornal tentou falar com Miguel Esteves, presidente da Empresa Municipal de Água e Resíduos de Vila Real (EMAR) e ainda com Alexandre Chaves, presidente da Comissão Executiva da Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (AdTMAD), o que não foi possível, até à hora de fecho desta edição. No entanto, segundo um esclarecimento emitido pela AdTMAD, e ao qual o Nosso Jornal teve acesso, a empresa considera não existirem razões que possam “motivar quaisquer preocupações relacionadas com a qualidade da água fornecida pelo Subsistema de Abastecimento de Água do Pinhão”, isso tendo em conta que, no caso da freguesia de Justes especificamente, esta começou a ser servida “pelo ponto de Entrega de Justes, por volta das 18h00, do passado dia seis, sendo que todas as análises efectuadas no âmbito do Plano de Controle Operacional se encontravam, e encontram, dentro dos valores estipulados pela legislação”.
No mesmo documento a AdTMAD recorda que “após o fecho da barragem e enchimento da albufeira, iniciou-se, em Setembro, a monitorização da qualidade da água bruta através de ensaios efectuados por entidade externa acreditada”, sendo que, “todos os valores determinados até à presente data encontram-se de acordo com o estabelecido” por lei.
Mais, face à situação exposta pela população, através da EMAR, a Águas de Trás-os-Montes “tomou a iniciativa de promover uma campanha de amostras em todo o sistema do Pinhão, na Estação de Tratamento de Águas, no Ponto de Entrega e também na povoação, com o objectivo de efectuar uma despistagem completa e rigorosa sobre a qualidade da água naquela zona”.
Apesar das evidências, Óscar Monteiro garante que, como acontece na freguesia de Constantim, Justes prefere ser abastecida pela sua própria água “pura e cristalina”, em vez de receber a água de uma barragem que se encontra “rodeada de pastos e onde se pode encontrar com frequência animais mortos”.
