Como é habitual, a ADVID lançou a sua previsão sobre a colheita de pipas de mosto na Região Demarcada do Douro. Os números eram previsíveis, embora outros poderão ser avançados na terceira semana deste mês, num estudo a levar a cabo na Quinta do Valado, no Corgo (Régua).
Tal como o ocorrido em 2013, não foram considerados os valores de pólen da estação de Vila Nova de Foz Côa no modelo preditivo, contudo não se espera que haja influência na previsão, tendo em conta o peso específico desta sub-região na produção total da RDD e a elevada correlação que existe na produção entre as sub-regiões.
Igor Gonçalves, da ADVID, contou ao Nosso Jornal que o trabalho de campo vai prosseguir para uma aquisição de dados mais próxima. “Este ano, vamos continuar este trabalho na terceira semana de julho, altura em que será feita uma outra recolha. Não é muito comum as precipitações ocorridas e não há stress hídrico, embora em termos de produção as condições não tenham afetado, pois choveu mas não caiu granizo”.
Contudo, o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas e fitos–sanitárias que se registarem até setembro, conforme a diretora- -geral da ADVID, Rosa Amador, deu a conhecer publicamente. As condições invulgares e atípicas de 2014, cuja alternidade entre o frio e o calor tem sido habitual, têm levado ao aparecimento de ataques de míldio e oídio. A elevada precipitação ocorrida no inverno (dezembro a fevereiro) e início de primavera proporcionou boas condições para o desenvolvimento da doença essencialmente na sub-região do Baixo Corgo. Os primeiros sintomas surgiram precocemente, em meados de abril, na sequência das primeiras infeções ocorridas a 5 de abril, em vinhas localizadas nas cotas mais baixas e com a vegetação superior a 10 centímetros. Posteriormente, a ocorrência de várias trovoadas proporcionou condições para o desenvolvimento de infeções secundárias nesses locais, tendo-se registado uma intensidade de ataque elevada nesta sub-região. O oídio surgiu com elevada humidade do solo, que originou fortes crescimentos vegetativos, conjugada com a elevada humidade relativa, ambas verificadas ao longo do mês de junho, proporcionaram condições ideais para o desenvolvimento do oídio, que se manifestou com maior intensidade a partir da última semana de junho.
Em relação à traça-da-uva de uma forma geral, os níveis de ataque registados na 1ª geração não ultrapassaram o Nível Económico de Ataque de 200 ninhos/cachos, contudo verificou–se que a intensidade de ataque foi superior ao normalmente registado na região.