Na Região do Baixo Corgo, nos concelhos de Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio e Vila Real, a vindima vai de “vento em popa”. As graduações dos mostos recolhidas têm sido, de uma maneira geral, elevadas, o que pode concorrer para a elaboração de bons vinhos generosos e, em particular, os tintos de mesa.
O presidente da Adega Cooperativa de Santa Marta de Penaguião, José Lopes, está confiante “numa boa colheita, em termos qualitativos e quantitativos, embora acredite que a produção total dos seus associados deverá rondar os mesmos valores do ano passado. “Temos tido temperaturas muito elevadas, há uma desidratação das uvas e daí a necessidade de começarmos mais cedo com as vindimas. As uvas estão sãs, foi um ano com poucas doenças e, assim, penso que estão reunidas todas as condições para a obtenção de bons vinhos”, reforçou. A vindima da Adega de Santa Marta de Penaguião deverá decorrer até final do mês de Setembro.
Na zona do Cima Corgo, o panorama não difere. A Adega Cooperativa de Favaios, a maior produtora de moscatel da Região Demarcada do Douro, começou com a vindima algumas semanas atrás. O seu dirigente, José Luís, contou, ao Nosso Jornal, embora reconhecendo que só no fim da colheita é que pode ser feita uma estimativa mais fiável, que “a produção deverá subir num intervalo entre os 5 e os 10 por cento”. “Constatamos que temos tido graduações elevadas no moscatel. Estamos a falar de 15º e mesmo 16º”, acrescentou. A Adega Cooperativa de Favaios espera, este ano, colher cerca de 10 mil pipas.
No Douro Superior, António Camilo, presidente da Adega Cooperativa de S. João da Pesqueira, mostra-se cauteloso quanto à quantidade e qualidade. “A nossa vindima só começa na próxima semana, foi antecipada apenas numa semana. Em relação à qualidade, tudo aponta para níveis elevados, embora isto seja uma análise ainda superficial. Em relação à quantidade, julgo que poderemos esperar uma ligeira redução. Os nossos sócios têm comentado que as uvas estão mais leves (desidratação), facto que poderá significar uma redução de peso/colheita”.
Alguns números avançados relativos à produção da Região Demarcada do Douro apontam para cerca de 240 mil pipas, contudo há quem aponte mesmo as 265 mil e uma percentagem de aumento de 10 por cento. Previsões que poderão não se confirmar, devido às condições meteorológicas registadas em Agosto e em Setembro.