Mais de uma centena de agricultores juntaram–se em frente do imóvel da Casa do Douro em protesto contra as alterações estatutárias preconizadas pelo Governo. Munidos de cartazes e com várias palavras de ordem, os agricultores aprovaram também, por unanimidade, uma petição pública elaborada pela Avidouro com o objetivo é que a mesma atinja as 4.000 assinaturas, para o assunto voltar a ser discutido na Assembleia da República.
A dirigente nacional e presidente da Avidouro, Berta Santos, explicou, ao Nosso Jornal, o motivo da vigília. “Esta iniciativa veio na sequência de outras já realizadas, desde que o Governo aprovou a lei contra a região, que visa privatizar a CD e entregá-la ao grande comércio do setor. A produção não vai deixar que isto se venha a concretizar. Mesmo que seja aprovada a lei, vamos lutar com as nossas armas para a reversibilidade do processo. Neste sentido, foi aprovado por aclamação um documento onde se exprime a defesa da CD e apela aos municípios da região Demarcada do Douro que se unam em torno da CD enquanto associação pública de direito privado”.
“Vamos recolher mais de 4 mil assinaturas contra uma lei que rouba património à região”. A petição, já “online”, reunia no fim do dia de terça-feira quase duas centenas de assinaturas e o objetivo é prolongá-la até final de outubro para a mesma seja apresentada na AR antes do seu processo de “liquidação”, que decorrerá até 31 de dezembro.
Os “Abaixo-Assinados” vêm peticionar junto dos Órgãos de Soberania e, em especial, junto da Assembleia da República, com “o objetivo de ser ANULADA a nova lei que visa transformar a nossa Casa do Douro em associação privada, também com o objetivo de reduzir muitíssimo o atual número de sócios da instituição e de a entregar a uma organização dos grandes proprietários absentistas. O património da atual Casa do Douro não pode ser desbaratado e colocado nas mãos do grande comércio como está para acontecer, desde logo com o valioso stock de Vinho do Porto”, sublinhou Berta Santos.