“O potencial de desenvolvimento do turismo rural, a promoção do vinho e da gastronomia, a recuperação das linhas de caminho-de-ferro e a criação de ciclovias”, foram alguns dos pontos a favor da Região Vinhateira do Douro para a sua classificação em 7º lugar no ranking de destinos turísticos sustentáveis elaborado pela National Geographic Society.
Em comunicado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N) sublinha que, pela primeira vez, na listagem dos 133 destinos turísticos avaliados por um painel de mais de 400 peritos em turismo, “o Douro surge à frente de outros destinos de excelência como a região da Toscana, em Itália, ou o centro histórico de Salzburg, na Áustria, ambos em 17º lugar”.
Na avaliação dos especialistas, que teve em conta o critério como a “qualidade ambiental e ecológica, a integração social e cultural, o estado de conservação de edifícios históricos e sítios arqueológicos, o apelo estético, a qualidade da gestão turística e perspectivas para o futuro”, a região demarcada mais antiga do mundo somou 78 pontos, dividindo a sétima posição do ranking com destinos turísticos dos Estados Unidos, da Suíça e da Inglaterra.
Segundo Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, “este é um reconhecimento excepcional que confirma o sentido do trabalho que tem sido realizado para converter o Douro num destino turístico de excelência, com elevados critérios de sustentabilidade e qualidade”.
Também António Martinho, presidente da Entidade Regional de Turismo do Douro, sublinhou, ao Nosso Jornal, a importância da classificação tendo em conta que reflecte a valorização da componente natural do Douro, a sua vertente enquanto destino de turismo de natureza”, uma vertente que pode significar “mais um motivo de atractividade” para a região.
“Esta classificação serve ainda de incentivo para continuar a lapidar o diamante e nunca permitir que este seja delapidado”, referiu o mesmo responsável, defendendo que o desenvolvimento turístico da região deve continuar a “respeitar este grande exemplo da interacção do homem com a natureza”.
Outras conquistas que trouxeram notoriedade e visibilidade mundial à região duriense, nomeadamente a sua classificação, pela UNESCO, enquanto Património da Humanidade, o seu posicionamento entre a lista das 77 paisagens no concurso que elegeu a sete maravilhas da natureza ou a sua classificação enquanto destino turístico de excelência pela Organização Mundial de Turismo, têm, segundo António Martinho, a sua cota de responsabilidade no “aumento da taxa de ocupação e de visitantes” da região.
“Compete-nos responder com qualidade ao nível do alojamento, da restauração e da promoção de eventos, como por exemplo o Festival das Aldeias Vinhateiras (agora em curso)”, iniciativas que permitam que os turistas possam aproveitar cada vez melhor “a nossa cultura, memória, património e maneira de estar”, explicou o mesmo responsável.
A região, mais exactamente as instituições ligadas ao sector do turismo devem “assumir essa garantia de qualidade” da oferta, investindo em mais e melhores respostas através da coordenação entre os sectores público e privado.
António Martinho acredita que, assim, será “possível, pelo menos, conseguir cumprir o desafio de ter meio milhão de visitas até 2013”.
Motivada pelos resultados positivos desta avaliação, a CCDR-N, através da Estrutura de Missão de Douro, está a “desenvolver contactos com a National Geographic Society no sentido de firmar um protocolo que garanta a adesão do Douro ao Centro de Destinos Turísticos Sustentáveis, assim como a promoção da região vinhateira nos canais promocionais da National Geographic”.
No site da National Geographic podem encontrar-se testemunhos, anónimos, de alguns dos peritos que avaliaram a região, e, se há quem considere o Douro como “umas das mais maravilhosas paisagens do mundo por descobrir, rica em atracções históricas e culturais que garantem a sua autenticidade”, outros apontam algumas lacunas, como “o seu maior problema ambiental: as descargas químicas para o rio, provenientes da produção vitivinícola”.