Sabrosa vai acolher a primeira associação de promoção e desenvolvimento concelhio da região do Douro. Designada por “Sabrosa Douro XXI”, é um projecto pioneiro e o seu processo de fundação será culminado, a 13 de Março, com a realização da escritura pública. Fazem parte deste movimento, entre outros, a Câmara Municipal de Sabrosa, as Quintas do Portal, Crasto, Veiga e Espinhal, a Adega Cooperativa de Sabrosa e as Casas do Canavarro e Vilarinho de S. Romão. Entretanto, novos aderentes estão na calha.
A “Sabrosa Douro XXI” pretende criar uma dinâmica associativa que tem por base a promoção do concelho de Sabrosa e do seu abrangente património, designadamente a sua paisagem cultural, evolutiva e viva. Esta agremiação será institucionalizada no dia 13, com a celebração da escritura pública. É a primeira associação de desenvolvimento de âmbito concelhio a ser criada na região duriense e vai aglutinar autarquia e empresas ligadas ao enoturismo, tudo isto em nome de uma estratégia de desenvolvimento articulada entre todos, estimulando o espírito participativo dos agentes dinamizadores culturais e turísticos da região.
Autarquia é um
dos fundadores
Ao nível da Cultura, pretende criar-se condições, materiais e imateriais, para a melhoria contínua da Agenda Cultural do concelho de Sabrosa. No âmbito turístico, vai procurar promover o desenvolvimento de redes de cooperação, cuja finalidade é a do aumento e melhoria das condições existentes em termos da oferta integrada de espaços de Turismo. A par de outras instituições, quintas e interessados, a Câmara Municipal de Sabrosa será um dos fundadores, auxiliando, assim, a implementação de políticas de mecenato e de estímulo à participação social. Ao que apurámos, o núcleo de participantes encontra-se “receptivo ao interesse de outros possíveis membros fundadores e futuros associados”. Segundo a organização, basta, para tal, o desejo em participar neste movimento que pretende abranger todos os empresários que operam no concelho de Sabrosa.
Na última reunião, ocorrida, na terça-feira, na Biblioteca Municipal de Sabrosa, foram alinhavadas algumas ideias e dados os primeiros passos para a consubstancialização desta Associação.
Divulgar o concelho, em todas as componentes
O Nosso Jornal ouviu alguns dos participantes. Entre eles, Jorge Roquete (Quinta do Crasto) que salientou a importância da associação: “É essencial, para o concelho, e, em especial, para as várias empresas que estão nele instaladas, nomeadamente na área do Turismo e dos Vinhos, componentes que vamos valorizar, nesta associação, para além de temas culturais que iremos promover, em particular à volta das figuras ímpares de Miguel Torga e de Fernão Magalhães. O objectivo é divulgar o concelho, com todas as suas componentes. Estamos a pensar na organização de um “site”, publicação de um DVD, com todos os aspectos mais importantes do nosso concelho e num programa de televisão que venha a divulgar Sabrosa, não só a nível nacional, mas, também, internacional. É um esforço que temos de desenvolver, ao longo do tempo”.
Segundo este empresário, o recurso aos fundos comunitários está no horizonte: “A ideia é sermos uma plataforma de candidaturas para os apoios comunitários disponíveis no III QCA”.
Por sua vez, José Carlos Agrelos (Casa do Espinhal) refere: “Sou um homem do Douro, comprei uma quinta junto à estação do Ferrão, junto ao rio e vou, também, investir. Esta é uma associação que poderá, em conjunção com a Câmara Municipal, promover o Turismo e a oferta para benefício do mesmo, atraindo visitantes e investidores ao concelho. Acho que tem um papel importante a desempenhar, neste domínio. Estas parcerias entre entidades particulares e autarquias podem desenvolver-se muito e não são, ainda, muito incentivadas, em Portugal. É positivo haver uma associação de interesses da autarquia e de privados, elegendo o concelho como mola impulsionadora de oferta de Turismo. Em breve, será aprovado um plano de trabalhos, pelos associados. E já há ideias”.
Enquadrar e articular
produtos, aglutinando
interesses diferentes
José Marques, Presidente da autarquia, referiu-nos que “foi uma reunião de associados, na perspectiva de formalizarmos, institucionalmente, a Associação. A data da escritura já foi definida, para 13 de Março, assim como a aprovação dos Estatutos. A Câmara Municipal faz parte da Associação, como elemento fundador, após proposta aprovada em Executivo e na Assembleia Municipal”.
Para o processo de consolidação da imagem da “Sabrosa Douro XXI”, foi iniciado o processo de apetrechamento de um expositor, para o concelho.
José Marques adiantou algumas das propostas iniciais que assentam em três eixos orientadores e que estão sujeitos, ainda, a uma “dinâmica de trabalho”. Trata-se da “Sabrosa Douro XXI Comunicante”. Passa pela realização de um conjunto de tarefas associadas à definição de uma imagem para a Associação que passará pela angariação de competências, em termos da comunicação interna e externa; construção de um “site”; criação de um logotipo; imagem institucional; angariação de material de comunicação, para participação em exposições. Outro eixo orientador é o “Projecto Tellus”. É um evento em homenagem a Torga e deseja criar um roteiro “inter-quintas” que valorize a Cultura, em torno do escritor, no sentido da Comemoração do Centenário do seu nascimento (2007). Outro evento importante será o I Festival de Paisagem, Declamadores e Poesia Visual- Projecto Douro XXI, um acontecimento com Teatro e Poesia ao ar livre e que vai privilegiar as principais paisagens humanizadas de Sabrosa, incentivando, também, os criadores de “Poesia Visual e Multimedia”, construindo criações sobre as paisagens rurais e urbanas, no mundo. O evento poderá funcionar como mostra “multimedia” de Arte contemporânea. Segundo José Marques, “importa que os associados se mantenham entusiasmados com a Associação. Que, através dela, sintam que ela é um instrumento importante, na promoção, divulgação e na afirmação daquilo que é o seu mercado. Esta organização será um instrumento privilegiado, na divulgação dos seus produtos e da sua componente turística “.
A questão fundamental que se coloca é esta: “Não faz sentido que cada um destes investidores, só por si, esteja a desenvolver um produto de divulgação. Isso traz-lhes custos elevados. Preferencialmente, terá de estar enquadrado e articulá-lo com outros. Esta Associação poderá assumir, perfeitamente, este papel, aglutinador de interesses” – concluiu o autarca de Sabrosa.
José Manuel Cardoso