“Não foi fácil aceitar, mas fi-lo por amizade ao presidente, numa realidade totalmente nova para mim, em que todos os dias aprendo”.
Apesar de ser novo no meio, o comandante revela que está a ser um “desafio gratificante”, num caminho que também se faz com dificuldades, mas, com trabalho e dedicação, tudo se ultrapassa”.
Um dos problemas que enfrenta é a falta de voluntários, que “é inerente a praticamente todas as corporações”, pelo que “defendo um regulamento próprio para os bombeiros voluntários, que são cada vez menos. É preciso incentivos e essa é uma obrigação para o poder político, que tem de ter a capacidade de tomar medidas para trazer mais pessoas para o voluntariado. E poderia fazê-lo através da isenção de propinas durante cinco anos, por exemplo, acho que seria uma boa forma de ajudar a colmatar a falta de bombeiros, que ficariam afetos ao corpo ativo, pelo menos durante esse período de tempo”.
No entanto, segundo o comandante, seguir esta missão “não é para todos”, sobretudo pelos sacrifícios que têm de fazer ao nível familiar e pessoal. “Hoje em dia, a população está cada vez envelhecida, por isso há maior necessidade de ações de socorro e transporte de doentes. O bombeiro não tem horário de trabalho, que se estende para além das 18 horas e há muitas noites perdidas, pelo que ou se gosta e se dedica de corpo e alma àquilo que está a fazer, ou então não vale a pena. É assim que se deve encarar esta profissão/missão”.
Para mitigar a situação, António Guedes acredita que o futuro passará pela profissionalização. “Iremos caminhar no sentido de as associações, em parceira com as autarquias, terem equipas profissionais para ocorrer a qualquer eventualidade que possa ocorrer. Parece-me que será uma boa solução para enfrentar o futuro”.
Dotados com uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP), o comandante revela que “está bem adaptada à realidade do concelho. Aquilo que mais nos preocupa é o contrato 24 sobre 24 horas, que permite ao município ter uma equipa pronta para qualquer eventualidade”.
Sempre prontos a ajudar, António Guedes confessa que a corporação “está próxima da população”, no entanto, as associações “deveriam abrir-se mais à sociedade civil, com promoção de atividades, workshops e festividades”.
Ao nível da comunidade estudantil, a corporação já faz essa ligação. “Vamos às escolas, participamos em ações conjuntas, e é uma forma de cativar as crianças para os bombeiros”.
Relativamente aos veículos disponíveis, o mesmo responsável garante que “estão bem apetrechados para cumprir as suas obrigações”.
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