Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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Escolas apostam na sensibilização para prevenir o consumo de estupefacientes

Os vários estabelecimentos de ensino da cidade estão a desenvolver várias iniciativas de sensibilização junto da comunidade escolar visando a prevenção e o combate ao consumo de estupefacientes. A realidade aponta para que este problema seja comum a todas, o que leva as escolas a desenvolverem um conjunto de acções, com a colaboração de outras entidades, ligadas à área da Saúde e ainda com a PSP e GNR.

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O presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária de S. Pedro, Costa Pinto, deu a conhecer ao Nosso Jornal, aquilo que tem sido feito no estabelecimento de ensino que dirige. No âmbito do Programa Educação para a Saúde, relativamente à toxicodependência, há um grupo de trabalho ligado à área da saúde e prevenção desta situação. “É um projecto constituído por professores, funcionários e encarregados de educação e ainda conta com a colaboração do Centro de Saúde e da Escola de Enfermagem. Pretende fazer prevenção, não só no domínio da toxicodependência, mas também do tabagismo e de outras situações de risco. Estas acções são realizadas fundamentalmente para os alunos, pais e encarregados de educação, que têm muita dificuldade em lidar com esta situação e, por vezes, é difícil identificar devidamente cada caso. Fazemos acções concertadas com a Associação de Pais que também é uma parceira muito importante na realização destas iniciativas”.

O projecto decorre anualmente e envolve a colaboração de outras escolas, como a Escola Superior de Enfermagem que, segundo Costa Pinto, “tem feito um trabalho importante de articulação com as diferentes escolas”.

A Escola de S. Pedro possui serviços de psicologia e orientação, com uma psicóloga e um núcleo de apoio social, constituído por uma assistente social e uma técnica de acção social que acompanham estas situações. “É um trabalho de articulação entre a escola, através dos serviços técnico-pedagógicos, a PSP, a Segurança Social e a Comissão de Protecção de Menores. A iniciativa da Escola Segura da PSP, ao contrário do que se pensa, tem um papel muito importante nestas situações, pois está muito ligada às escolas. Quando se trata de situações que envolvem menores, aí já entra a comissão de protecção de menores para a sinalização desses casos”.

Este responsável adianta que o consumo de estupefacientes não tem aumentado na escola. “Não tem havido um aumento de casos nos últimos anos. Até pode estar um pouco mascarado, mas o número de situações que estão identificadas anualmente é muito diminuto”.

Por sua vez, Cristina Caldas, coordenadora da promoção para a Saúde da Escola Morgado de Mateus, também referiu as acções levadas a cabo junto dos alunos.

“Temos desenvolvido imensas actividades junto dos alunos, como acções de formação para treino de competências pessoais e sociais. No início do ano, há sempre uma reunião com os directores de turma, onde são traçadas as metas das acções e as pessoas que poderemos convidar (psicólogos, enfermeiras) para ministrar uma acção. Realizamos sessões de esclarecimento sobre álcool, tabaco e outras drogas. Este ano, a nível de área de projecto, temos duas turmas, do 9.º ano, que estão envolvidas em projectos relacionados com prevenção de comportamentos de risco. Uma dessas turmas irá participar no fórum da saúde que se vai realizar em Maio, em Vila Real”.

Com uma turma do 12.º ano, está a ser realizada uma formação inter-pares, que consiste em formar os alunos mais velhos que depois irão elaborar acções de esclarecimentos junto de outras turmas e trabalhar algumas competências com os colegas.

Quanto ao consumo de estupefacientes na escola, esta responsável suspeita que haja alguns casos. “Há consumo de algumas substâncias, como o álcool e o tabaco, que cada vez começa numa idade mais tenra. Na escola não é permitido o consumo, mas os jovens arranjam sempre uma maneira. Embora, os alunos tenham que ter autorização dos encarregados de educação para saírem do recinto escolar, há sempre pais que autorizam e fora da escola é impossível controlar o consumo”.

Também a Escola Camilo Castelo Branco tem desenvolvido várias iniciativas no âmbito da prevenção da toxicodependência, mas tem privilegiado a prevenção do tabagismo e da bulimia, como nos referiu Dulce Mesquita. “Há alunos do 9.º ano, na área de projecto, que tem feito trabalhos ligados à prevenção da toxicodependência, mas incidimos mais sobre a sexualidade e as doenças alimentares como a bulimia e a anorexia que são problemas que afectam mais a escola.

Alexandre Favaios, do Agrupamento de Escolas de Diogo Cão, deu igualmente a conhecer algumas acções a decorrer no estabelecimento de ensino. “Estamos a trabalhar essencialmente no programa nacional “Educação para a Saúde”.

Quanto à prevenção da toxicodependência, “temos feito convites aos Encarregados de Educação para virem à escola, num sábado de manhã, discutir algumas temáticas e entre os diversos assuntos, a toxicodependência também é analisada e discutida. É mais direccionada para os 2ºs e 3ºs ciclos, não tanto para o 1º ciclo. Temos ainda um conjunto de acções de formação que abordam, de uma forma geral, a prevenção de elementos de risco e os comportamentos que devem ser seguidos para evitar a toxicodependência. Se sinalizarmos algum caso, é logo encaminhado para o acompanhamento psicológico individual e para as estruturas que se revelem mais adequadas para mitigar esse problema”.

Por sua vez Luísa Chaves, coordenadora da Educação para a Saúde da Escola Monsenhor Jerónimo do Amaral, referiu que estão a trabalhar na acção “A Escola livre de Tabaco”. “Toda a metodologia é seguida com uma médica que ministra as acções de formação para professores e encarregados de educação. Depois, os professores ‘passam a palavra’ aos alunos. Neste 3.º período vai haver sessões para todos os alunos do 8º ano. Assinalamos também a Comemoração do Dia Internacional do Não Fumador, onde os alunos fizeram cartazes e trabalhos alusivos à data”.

Nesta escola há uma turma que irá participar, com um trabalho sobre a toxicodependência, no fórum dos Jovens para a Saúde e Cidadania que se realiza no final de Maio, no Teatro de Vila Real.

A Brigada de Investigação Criminal da PSP de Vila Real também está a fazer um trabalho importante nesta área, através de uma missão de proximidade que se consubstancia junto das escolas da cidade, e que tem levado, por vezes, à identificação de elementos fornecedores de estupefacientes que rondam os estabelecimentos de ensino.

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