Paulo Pimenta é diretor do Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar há cerca de sete meses e explica que a primeira vertente já vem de trás. “O nosso agrupamento é inclusivo, que acolhe e recebe bem, temos uma oferta educativa que dá resposta às necessidades que nos são colocadas”.
Mas um dos grandes desígnios para o futuro é apostar na tecnologia e colocar o agrupamento na vanguarda. “Aquilo que defini para este mandato é, para além de inclusivo, um agrupamento de vanguarda, que dê resposta aos novos desafios que nos são colocados diariamente e estamos a trabalhar nesse sentido, a criar mecanismos e ferramentas para dar resposta a este propósito”, afirmou.
Melhorar as infraestruturas das escolas é uma das vias. A escola/sede e a escola secundária estão a receber, nesta altura, “um volume de obras bastante considerável”, no valor de um milhão de euros, para modernização dos edifícios no âmbito da eficiência energética e apetrechamento das salas de aulas, que vão ter todas mobiliário novo.
“Estamos também a apetrechar as salas do futuro com equipamentos novos e colocamos em praticamente todas as salas da escola/sede, da escola secundária e de Pedras Salgadas projetores de última geração”, adianta ainda. As obras iniciaram-se em janeiro e têm uma duração prevista de oito meses.
“Temos excelentes professores, muito dedicados e disponíveis. A estabilidade do corpo docente contribui muito para o sucesso dos nossos alunos”
Paulo Pimenta
Diretor do Agrupamento
A direção criou ainda, este ano letivo, um programa novo para capacitação dos alunos na área da informática, designado “dia digital do agrupamento”, que abrange todos os alunos, até porque as provas de aferição já foram este ano em formato digital.
“Sentimos que havia necessidade de ir mais além do trabalho na sala de aula. Cada turma tem um dia digital por semana, que será com os professores titulares e com o apoio da equipa do gabinete informático”, esclarece Paulo Pimenta, que explica que depois das provas de aferição, também os exames nacionais poderão passar a ser feitos por meios digitais. E tendo 80% dos alunos do agrupamento equipamentos informáticos disponíveis, entende que “é necessário fazer um trabalho a montante para que estejam devidamente preparados, nomeadamente com as competências na área da literacia informática, adquiridas para o futuro”.
OFERTA FORMATIVA
Além do ensino secundário regular, com os cursos de ciências e tecnologias e línguas e humanidades, o agrupamento vai ter disponível, no próximo ano letivo, um Curso de Educação e Formação (CEF) de empregado de restaurante/bar e ainda cursos profissionais de cozinha e pastelaria e de manutenção industrial-variante mecatrónica. “Vão ao encontro do trabalho feito pelo gabinete de psicologia de vocação profissional. Todos têm uma relevância boa e temos alunos a procurar, nomeadamente de concelhos vizinhos, que poderão ter interesse em vir para esta escola”, refere.
O agrupamento tem-se destacado pelos bons resultados, quer ao nível de provas de aferição, quer de exames nacionais, o que “se reflete na taxa de entrada de alunos no ensino superior”, assegura o diretor.
O corpo docente estável é um dos fatores dos resultados positivos. “Temos excelentes professores, muito dedicados e disponíveis. Esta estabilidade do corpo docente contribui muito para o sucesso dos nossos alunos”, afiança. No entanto, Paulo Pimenta adianta que a média de idades dos docentes é alta, principalmente no primeiro ciclo, e isso “já interfere na estabilidade a longo prazo”.
Além disso, o diretor destaca as parcerias com instituições, como IPSS, o município ou empresas locais, que proporcionam aos alunos experiências diferentes e enriquecedoras, como, por exemplo, a equitação terapêutica. “Permite aos alunos que têm medidas seletivas e adicionais e com menos mobilidade terem uma interação com os cavalos no
Centro Hípico de Romanas, Pedras Salgadas, o que leva a um melhor desenvolvimento por parte do aluno”, vinca. Proporcionar a prática de golfe ou padel são outros dos resultados das parcerias externas.
ALUNOS
Nos últimos cinco anos, o número de estudantes no agrupamento tem-se mantido, mas este ano letivo registou-se a vinda de muitos alunos migrantes. “Estamos a receber quase todas as semanas alunos vindos de fora, Venezuela, Colômbia, Brasil, principalmente, e também da Síria”, afirma, num total de perto de 30 alunos.
O diretor garante que estes alunos são “facilmente integrados nas turmas” e “não precisam de acompanhamento especial”, no entanto, o agrupamento sentiu necessidade de, a meio do ano, contratar um professor de português-língua não materna.