Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Espondilite anquilosante afeta 56 mil portugueses

Afinal o que é a espondilite anquilosante? Como é possível identificar a doença? Quais são os sintomas? Estas e outras perguntas juntaram doentes e especialistas em Vila Real para desmistificar dúvidas e curiosidades dos doentes com esta patologia. 

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Lígia Silva, especialista do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), explicou como aparece a dor e como identificar a doença, que afeta sobretudo homens jovens, mas também pode afetar as mulheres. “É importante estar atento aos sinais que o corpo nos transmite.

É fundamental as pessoas estarem informadas que não é normal acordar com dor nas articulações depois do repouso”, afirma, adiantando que há “outros diagnósticos diferenciais”, que apresentam este tipo sintomas e não são espondilite anquilosante, mas é para isso que se deve recorrer ao médico de família e ao reumatologista. “É importante o diagnóstico precoce para evitar o aparecimento das mazelas ou sequelas mais graves, numa doença que não tem cura”.

A médica acrescentou que esta patologia “é crónica, inflamatória das articulações e dos tecidos musculares esqueléticos”. No entanto, “é possível tratar e colocar a doença adormecida, dando qualidade de vida às pessoas que sofrem de espondilite anquilosante”.     

Lígia Silva revela que a prevalência a nível nacional vai entre os 0,6 a 0,9 por cento da população portuguesa, ou seja, serão cerca de 56 mil afetados pela doença. Deixa ainda um conselho às pessoas que se queixam de dores logo pela manhã nas articulações. “É importante consultar o seu médico, que é o elo fundamental para fazer o diagnóstico correto. Se houver dúvidas, o utente deve ser encaminhado para o especialista do hospital, que fará a vigilância conjunta”.

Em 2016, quando esta especialista chegou ao CHTMAD havia uma lista de espera em reumatologia de três anos, mas a contratação de mais dois médicos foi possível reduzir para apenas três meses o tempo de espera por uma primeira consulta. “Nesta área, o centro hospitalar tem uma lista de espera de fazer inveja a qualquer outro hospital do país”.

Ricardo Bessa, do Núcleo Regional de Vila Real da Associação Nacional da Espondilite Anquilosante, que promoveu o encontro, disse à VTM que têm cerca de sete dezenas de associados, realçando a importância desta estrutura para troca de experiências sobre a doença, de forma a enfrentá-la com otimismo. “Estamos na antiga escola primária de Cravelas-Adoufe, onde promovemos ações de esclarecimento, ajudamos os associados, em questões como novas terapêuticas que estão a ser desenvolvidas, por exemplo”. 

O presidente do núcleo referiu ainda que descobriu que tinha a doença há 10 anos, não percebia bem o que tinha, mas agora consegue ter uma vida “quase normal”. 

A espondilite é uma doença reumática inflamatória crónica que afeta as articulações da coluna vertebral que surge entre os 20 e os 30 anos, e a sua progressão leva a uma diminuição da amplitude dos movimentos da coluna, causando em alguns casos a sua imobilização permanente. Os principais sintomas são a dor e a rigidez, que surgem maioritariamente na parte da manhã ou após longos períodos de repouso. 

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