Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
No menu items!

Estabelecimento Prisional e Cruz Vermelha formalizam protocolo

Há mais de 12 anos que a parceria está estabelecida, no entanto, num acto simbólico, as duas instituições assinaram um protocolo que prevê um vasto conjunto de acções junto dos 74 reclusos de Vila Real. Actualmente um grupo de 18 presos está ainda a frequentar um curso de formação cujas disciplinas práticas permitem que, além de alunos, estes sejam os responsáveis por um conjunto de obras de remodelação das instalações do estabelecimento prisional

-PUB-

Ateliers de leitura, música e teatro, acções de promoção para a saúde, ioga e meditação, aconselhamento profissional e cursos de socorrismo, são algumas das actividades que 14 voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa têm vindo a desenvolver no Estabelecimento Prisional de Vila Real, através de uma parceria que foi formalizada, no dia cinco, com a assinatura de um protocolo de cooperação entre as duas instituições.

“Já trabalhamos com a Cruz Vermelha há cerca de 12 anos. Mesmo sem protocolo sempre tivemos o apoio dos seus voluntários”, explicou Maria Assunção Machado, directora do Estabelecimento Prisional.

Actualmente com 74 reclusos (mais 14 que cumprem as suas penas apenas ao fim-de-semana), a maior parte dos quais em Prisão Preventiva, o Estabelecimento Prisional vai assim dar continuidade a um conjunto de acções que vão desde cursos de socorrismo a aulas de ioga, passando por acções de dinamização da sua biblioteca e do jornal e a recolha e distribuição de bens, essencialmente vestuário e calçado, entre muitas outras iniciativas que envolvem 14 voluntários e têm como objectivo essencial dar resposta a um dos “princípios basilares dos serviços prisionais”, proporcionando condições e ferramentas para que os reclusos desenvolvam competências que facilitem a sua reinserção na sociedade.

António Dias Vieira, presidente do núcleo de Vila Real da Cruz Vermelha, acredita que as actividades vão permitir que os reclusos “apreciem a liberdade” ao mesmo tempo que permitem que, cumprida a pena, “eles saiam sabendo que direcção tomar”.

“Este é um projecto internacional que a Cruz Vermelha iniciou em 2006 e que apoia actualmente mais de 10 mil estabelecimentos prisionais, em 71 países, envolvendo cerca de 300 mil presos”, explicou o mesmo responsável, revelando ainda que a Cruz Vermelha Portuguesa assumiu a parceria com a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais no ano passado, tendo já assinado o protocolo de cooperação 28 estabelecimentos prisionais de Norte a Sul do país.

Mais, o núcleo de Vila Real ambiciona, já a partir do próximo ano, alargar o apoio às famílias dos reclusos que, em muitos casos, por ficarem privadas do rendimento de um dos seus membros, passam por grandes dificuldades económicas.

Segundo Maria Assunção Machado, o Estabelecimento Profissional mantém parcerias com outras instituições, sendo de realçar o trabalho desenvolvido pelo Centro de Formação Profissional de Vila Real que tem ministrado vários cursos aos reclusos. Vocacionado essencialmente para presos em prisão preventiva, segundo a mesma responsável, foi possível transferir para o estabelecimento vila-realense 18 reclusos que estão a frequentar um curso de formação em pintura de construção civil, com duração de um ano e meio. “As instalações precisavam de uma remodelação, por isso, além de serem formandos, com direito a uma bolsa, os reclusos estão a trabalhar na remodelação das celas”, explicou.

Ao frequentar os cursos do Centro de Formação, os reclusos ganham a equivalência ao nono ano de escolaridade e vêem a sua inserção no mundo do trabalho facilitada, sendo de realçar que, no que diz respeito aos reclusos do concelho de Vila Real, verifica-se que 99 por cento dos reclusos conseguem emprego quando terminam a pena, um grande número fica mesmo a trabalhar nas empresas em que estagiaram.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS