Dinamizar as novas dimensões da floresta cedendo um vasto conjunto de património às entidades locais como autarquias, bombeiros, Guarda Nacional Republicana (GNR) ou Direcção Regional da Cultura do Norte, é o objectivo da Autoridade Nacional Florestal (ANF) que, no dia 20, oficializou protocolos que garantem “uma responsabilidade partilhada” na gestão da floresta no distrito.
“Com a criação da ANF introduzimos uma norma que nos permite concretizar protocolos de gestão, por 30 anos, com entidades públicas e privadas de direito público”, explicou Ascenso Simões, secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas.
O mesmo responsável considera que a cedência do património para a dinamização dos mais variados projectos permite não só uma melhor gestão dos espaços florestais, mais potencia a sua “utilização, valorização e disponibilização aos cidadãos”.
Entre os protocolos assinados, Ascenso Simões destacou “a criação de um parque de campismo, a criação de um quartel que vai permitir à GNR e aos Grupos de Intervenção de Protecção e Socorro poder fazer combate helitransportado a incêndios, em Ribeira de Pena, ou a criação de uma frente avançada de um posto de bombeiros, em Chaves”.
Na mesma cerimónia foram ainda assinados os protocolos que asseguram a criação de mais duas equipas de sapadores florestas, fazendo de Vila Real “o distrito com mais equipas activas por número de habitantes do país”.
Na cerimónia presidida pelo secretário de Estado foi criada a Zona de Intervenção Florestas de Alijó Norte, a segunda no distrito de Vila Real, bem como foi avançado um projecto conjunto com a Direcção Regional da Cultura do Norte para o “desenvolvimento de um programa que tenha a Serra do Marão como elemento central de promoção, divulgação, investigação e estudo”.
“Temos no Ministério da Agricultura imenso património edificado florestal que precisamos valorizar”, defendeu o Ascenso Simões, frisando que esse património é agora “uma responsabilidade partilhada entre a administração e as autarquias locais”.
João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, mostrou-se satisfeito com o protocolo que, através da cedência, por 30 anos, de uma parcela de três hectares do perímetro florestal de Mascanho, vai permitir a criação de um Parque de Campismo de Montanha. “No local já temos algumas condições de apoio, vamos agora proceder à limpeza do espaço e desenvolver o projecto”, explicou o autarca, considerando que a zona em questão marca a confluência entre o Douro e a zona de floresta do Alto Tâmega, para além de beneficiar com o cada vez maior potencial turístico do concelho murcense.
O secretário de Estado frisou a importância de gerir bem um património que vale em Portugal três por cento do Produto Interno Bruto, 12 por cento das exportações e que dá emprego a mais de 260 mil pessoas. “Em termos de negócios e exportações, a floresta vale mais que a Quimonda e a Auto-Europa juntas”, sublinhou Ascenso Simões.