VTM — A autarquia tem levado a cabo uma série de intervenções cruciais para o desenvolvimento cultural e social do concelho. De que investimentos estamos a falar?
Humberto Cerqueira — Optámos por aproveitar o quadro comunitário para reabilitação de alguns edifícios emblemáticos da vila. Falo da requalificação do quartel dos bombeiros, que implicou um investimento de 500 mil euros; da restruturação da Escola EB 2,3/Secundária que irá começar muito em breve, no final do mês de agosto ou no início de setembro, num valor de dois milhões de euros; a reabilitação do edifício da habitação social, com 800 mil euros, e da Casa da Cultura, com um investimento significativo de 1,1 milhões de euros. Se somarmos ainda a intervenção da variante que está a ser feita de Mondim para Celorico de Basto, estamos a falar de uma aplicação de 20 milhões de euros no concelho.
É notório que as intervenções abrangem vários setores, desde a educação à área social. Essa é uma das preocupações do executivo, alavancar os vários setores da região?
Exatamente. Embora haja outros projetos ao nível da valorização das aldeias, os grandes projetos são feitos na vila, onde estão situados os equipamentos desportivos, pedagógicos e culturais. Naturalmente que, além disso, há um conjunto de investimentos, de menor dimensão, que estão a ser feitos também nas freguesias, nomeadamente no âmbito do desporto. Estamos a melhorar as condições do parapente, contamos com projetos na área da valorização das Fisgas de Ermelo, no âmbito do turismo acessível, como ainda no que diz respeito às praias fluviais.
Além disso, na vertente cultural, Mondim não tinha as condições necessárias para os tempos que correm. Precisávamos de um equipamento moderno, com todas as condições de som e imagem, daí a renovação da Casa da Cultura.
“A Feira da Terra é um certame que reúne milhares de pessoas”
A agenda cultural de Mondim é imensa. Quais os principais destaques para este ano?
As Festas do Concelho são sempre um dos pontos altos da nossa agenda, com a Noite de Romeiros de S. Tiago, uma tradição popular, em destaque, uma vez que reúne centenas de pessoas na vila.
Depois, temos a Feira da Terra que é também um evento de promoção e de valorização dos produtos locais e, juntamente com as Festas do Concelho, tem corrido sempre pelo melhor. Por isso, a nossa expetativa, uma vez que temos vindo a aperfeiçoar os eventos, é que tudo corra da melhor forma possível.
As Festas do Concelho estão praticamente a começar. O cartaz foi pensado para ter como público alvo os jovens?
A nossa preocupação passou por fazer um cartaz que chegasse a todas as idades. Sabemos que há artistas e aspetos do cartaz que são mais valorizados por um tipo de público, mas tentamos manter sempre um equilíbrio e as coisas têm corrido bem. Portanto, as expetativas são elevadas. O nosso objetivo é que as nossas gentes se sintam bem e se identifiquem com as festas. As festas não valem pela sua quantidade, mas sobretudo pela sua qualidade e, neste caso, associada sobretudo às nossas raízes e à cultura popular.
A Feira da Terra assume-se como uma oportunidade para promover o concelho, nomeadamente o que há de melhor na região?
A Feira da Terra é um certame que reúne milhares de pessoas. É um evento que tem as suas características próprias, desde logo porque dá a possibilidade de as pessoas poderem jantar no próprio recinto. Enquanto festa tem um formato diferente, a Feira da Terra proporciona-se à visita dos stands, mas também ao conhecimento dos vinhos e da gastronomia. Portanto, são sempre muito bons motivos para as pessoas visitarem Mondim de Basto, bem como um mecanismo de valorização e promoção dos nossos produtos, que são riquíssimos.
Quanto é que o município investe para que estas festividades sejam realizadas?
Na Feira da Terra e nas Festas do Concelho, o investimento andará na ordem dos 120 mil euros. É um esforço financeiro grande para o município, mas não estamos a falar de nenhum valor obsceno. É um valor perfeitamente normal, dentro daquilo que são as despesas inerentes a este tipo de iniciativas, uma vez que elas não existem sem investimento.
Quantos expositores são esperados para a Feira da Terra?
À volta de 100. Os produtores têm tido cada vez mais interesse no certame. No entanto, não temos conseguido disponibilizar tantos stands para a procura que temos. Infelizmente, não por falta de interesse, mas por falta de espaço não conseguimos acolher mais expositores.
Relativamente ao futuro da feira. Que estratégias tenciona implementar para aumentar a dinâmica do evento?
Temos vindo a introduzir algumas melhorias e alterações, através, por exemplo, de vários convites endereçados a chefes de cozinha para partilharem com as pessoas os seus conhecimentos e dar a conhecer as novas tendências gastronómicas. Mas, o evento vale muito pelo convívio entre as pessoas, é um ponto de encontro de gerações. O certame reúne milhares de emigrantes e acaba por ter uma enorme afluência.
A Volta a Portugal está de regresso. A Senhora da Graça é o ex-libris desta prova. O que as pessoas podem esperar de Mondim neste dia?
No dia 10 de agosto, a etapa da chegada à Senhora da Graça é sempre o ponto alto do concelho, até porque é a etapa rainha, é aquela que concentra mais atenção por parte dos órgãos de comunicação social e até dos próprios atletas. O desafio de subir à Senhora da Graça tem esse simbolismo. É um investimento que o município faz e foi mantendo também. Estamos a falar de 40 anos consecutivos ininterruptos da etapa, o que é um caso único em Portugal. Neste momento é impensável ter uma volta a Portugal sem a etapa à Senhora da Graça. Além disso, são milhares as pessoas que visitam a vila e acabam por estabelecer uma ligação do concelho ao ciclismo nacional.